Esta reportagem teve acesso ao conteúdo de uma Ação Civil Pública que o promotor da Comarca de Ivolândia, José Eduardo Veiga Braga Filho, move contra vereadores da vizinha cidade de Moiporá. Pela denúncia, ao ser eleito Orcelino Ananias Barbosa como presidente da Câmara, ele galgou o poder após compra de votos de colegas vereadores. O vereador Lorivon Tavares também teria tido uma participação importante no esquema de oferecimento de vantagens para que Orcelino fosse eleito presidente da Câmara no dia 30 de setembro de 2011.
De acordo com uma denúncia anônima que o MP recebeu, seriam 6 os vereadores envolvidos, todos eles agora denunciados. Os que terão que responder na Justiça são os vereadores: Orcelino Ananias Barbosa, Lorivon Tavares da Silva, Geraldo Marcelino Nunes, Ênis-Iram Alves da Silva, José Sebastião de Oliveira e João José de Paulo.
Conforme o MP levantou, uma semana antes da eleição da Câmara, depois de acatada no MP a denúncia, a Justiça autorizou a escuta telefônica entre vereadores envolvidos. O diálogo dos vereadores via telefone mostram claramente a negociação de votos que levou a vitória de Orcelino Ananias à presidência da Câmara. Consta nas conversas de telefone que Lorivon ligou para o colega Ênis-Iram lhe oferecendo a quantia de 4 mil reais e uma moto para tomar parte na chapa de Orcelino. Em troca disso ele não participou da votação.
Pela denúncia o vereador José Sebastião de Oliveira (Tião Bicudo) teria aceitado 5 mil reais para compor a chapa. Outra afirmação da denúncia é de que o vereador Geraldo Marcelino Nunes fez a proposta indecorosa ao colega João José de Paulo (João Cueca) que aceitou um valor em dinheiro na ordem de 6 mil reais para ajudar na eleição de Orcelino Ananias. Até o telefone da Câmara foi usado em ligações para a continuidade de negociações de composição de chapas e busca de votos.
Mesmo depois da eleição da Câmara o telefone continuou sendo usado em negociações, destra vez para que os vereadores Geraldo Marcelino e Ênis-Iram solicitasse do prefeito da cidade vantagens para defender os interesses deste junto ao Legislativo.
O Ministério Público cita em sua Ação Pública as conversas de telefones que incriminam os vereadores e pede ao Juiz a punição. Para Orcelino Ananias Barbosa, Lorivon Tavares da Silva e Geraldo Marcelino Nunes com base no Artigo 133 (Corrupção Ativa) Os demais: Ênis-Iram Alves da Silva, José Sebastião de Oliveira e João José de Paulo foram denunciados com base no Artigo 317 (Corrupção Passiva). A condenação possível para os vereadores é de reclusão em presídio, além de penalidades políticas.
Esta reportagem tentou ouvir os vereadores denunciados. Falamos com Orcelino Ananias que disse-nos que sobre esse assunto deveríamos procurar seu advogado Claudio Henrique Passos, em São Luís de Montes Belos que não atendeu a nossa chamada. Na Câmara de Moiporá não encontramos nenhum dos demais. De posse dos números de celulares destes, tentamos contato com Lorivon e Êniz-Iram. O celular do primeiro deu sinal de fora de área e o do segundo foi atendido por outra pessoa a quem deixamos recado, mas não retornou. O espaço está reservado a eles se quiserem manifestar.