A nosso pedido, ele fez uma mensagem sobre o ano novo. Segue:
Rolê aleatório! Termo comum hoje em dia entre os jovens. Esse texto vai ser meio isso.
Falar de 2023 é meio assustador. 2020 foi difícil, pensamos que 2021 seria melhor… Terminou 2021 e pensamos, em 2022 vai decolar…
Tá complicado. Isso me lembra o velho e debochado ditado: não conte com o ovo no “você sabe o quê” da galinha.
Estamos muito acostumados a esperar demais do ano vindouro, fazer planos (o que é bom), sonhar, mas…
O futuro não existe, o passado não se altera, e o presente como o próprio nome diz é um presente, um privilégio. O sopro de vida é muito valioso, tudo muda, tudo passa e muito rápido.
O mundo atual nos incentiva a ser ativista, adotar um estilo de vida, tomar um lado, ter a velha opinião formada sobre tudo (Raul Seixas?). Mas infelizmente essas coisas são irrelevantes perto do que, em minha opinião, realmente importa: Saúde e Paz!
Muitos depositam suas energias em política, independente da corrente ideológica, e olha a divisão do país, das famílias, das amizades, as rixas, os sarros, a infelicidade de uns, a alegria passageira de outros, todos cegos sem perceber que o mundo pega fogo em guerras, revoltas, doenças, fome, preconceito, ganância e corrupção. Outros vivem pelo futebol e olha 2022, melhor nem continuar. Tem aqueles que medem seu sucesso pelo número de seguidores, de curtidas, mas basta acabar a energia da cidade por algumas horas e você percebe que nada é real, a sensação acaba sendo muitas vezes de solidão. E no fim é porque somos solitários hoje, inclusive dentro de casa, no rolê com os amigos, nas reuniões de famílias, até nas igrejas. Preferimos gravar um momento e vê-lo para sempre nas telas de LED do que olharmos fixamente, prendendo a respiração e então no futuro apertarmos o play do velho videocassete da memória (Eita! “buguei” mais da metade dos leitores kkkkk). Não tem pior castigo nos dias de hoje do que tirar o celular de alguém. E no fim das contas, no outro dia bora trabalhar, estudar, chorar, porque a vida segue do mesmo jeito. O fluxo inexpugnável do tempo atropela tudo e todos.
Saúde e Paz. Só isso é necessário para uma vida plena. Os últimos anos mostraram que poder, sucesso, riqueza e amigos não são páreos para a morte. Quanto talento e amor se perderam, levados pelos fortes ventos da morte invisível. Os que ficaram vivos lutam por paz: aquela sensação boba de parar no meio da rua, olhar o céu do fim de tarde e contemplar as cores e texturas irreplicáveis; aquele calorzinho gostoso de parar do nada e se sentir sem dores, sem mágoas, sem ansiedade, quando agradecemos ao Pai por simplesmente estarmos vivos. Aquela sensação sem adjetivos de comer uma pamonha quente em dia de chuva ou roer um caroço de pequi banhado no caldo de frango caipira (rachei os goianos agora).
Diante desse tanto de palavras desconexas, sem roteiro e conectivos (tiraria zero na redação de qualquer concurso), como um bombeiro, filho, pai, esposo, companheiro e amigo, rogo ao Pai de todo meu coração para que todos tenham um ano de 2023 com muita SAÚDE e PAZ!
Rafael Alessandro Gonçalves Gomes
Iporaense, esposo da Helia, pai do Miguel e da Mariana, filho do Moizeis e da Cleuza, atleta de peteca e futebol no CRI, Bombeiro Militar nas horas vagas!