Sem evento de noite de autógrafos, na surdina, mas em contato com meios de comunicação e entidades de Iporá, Lázaro Faleiro acaba de lançar o livro O CÃO E O CANTOR, uma coletânea que reúne contos, causos e histórias de vida de pessoas de Iporá.
O livro foi impresso pela Editora Kelps. São mil exemplares e que passam a ser comercializados na comunidade iporaense. Custa 25 reais.
A metade da renda de venda do livro será em prol da Associação de Combate ao Câncer em Iporá (ACCI), gesto solidário do autor e que, com isso, movimenta a cidade numa juntada de cultura e filantropia. José Reis de Lima, presidente da ACCI, já organiza a logística de distribuição e venda da obra. A aquisição do livro pode ser feita na sede da ACCI, na Livrolândia, Oeste Goiano e na Shop Ftness.
O autor dedica o livro a memória de Pio Vargas e Cairo Castro, outros dois nomes das letras em Iporá. Dedica também a Aldair Aires e a Anivaldo Faleiro, irmão do escritor, além de homenagear as manas Terezinha e Ricardina. Solidário e terno como sempre foi, Lázaro Faleiro dedica também a esposa Sônia e aos filhos Fábio, Lenisa e Plínio, sem esquecer dos netos: Ana Emília, Júlia, Isabela, Alice e Lucas.
O livro tem prefácio de Elias Araújo Rocha. Na orelha, Valdeci Marques, que também é autor em Iporá, assim comentou sobre a obra:
Em alguns desses dias quando recomendaram o isolamento social em razão da pandemia do Coronavírus, li O CÃO E O CANTOR. E assim sendo, meu isolamento, nestas ocasiões, em nada me aborreceu. Pelo contrário, fui mais uma vez me nutrir de uma literatura que já conheço e aprecio. Conheço bem o autor Lázaro Faleiro e seu estilo de vida, um modus vivendi que tem tudo a ver com seus escritos. Faleiro vive a coerência. É um regionalista legítimo, homem das raízes, da terra! Ouve modas de viola, vive assim, de intimidade com isso e, em suas letras, discorre sempre sobre essa essência de nossa gente de origem rural. O CÃO E O CANTOR é uma juntada preciosa de textos! De crônicas a homenagens, sempre primando o autor por extravasar esse seu estilo de vida. O que mais se evidencia em Lázaro Faleiro é a linguagem, já que, como ninguém, sabe colocar poesia dentro da prosa e as palavras, de forma espontânea, se embalam em musicalidade que acalenta e prende o leitor! A temática é plural, de quem parece se encantar, por exemplo, com animais que traz repetidas vezes para suas páginas. Mas se o regionalista acabou se tornando um pedagogo, gestor importante no ensino, comerciante e radialista, claro que numa mente dessas paira também temas inusitados, frutos de vivências e leituras. Por isso, a temática vai além do regionalismo para nos deixar entrever, aqui e ali, algo do espiritualismo, do que os olhos não veem, evidenciando que a vida tem mistérios, surpresas e que, no relacionamento entre as pessoas, nem tudo é essa lógica das ruas. E em fatos narrados o leitor é cobrado para que seja, às vezes, detetive, porque nem sempre vai estar claro o caminho por onde o personagem trilhou. E mais sobre o Faleiro: ainda tem uma pitada cômica em certos trechos. Não para por aqui: tem também um certo erotismo, um tanto acanhado, mas é na intensidade admitida por nosso regionalismo. E fica ótimo, com a linguagem musical, mais a exposição de fatos e tantos bons predicativos. Para terminar, o autor discorre sobre pessoas desta terra, enfocando-as como agentes da história de Iporá. Fica perfeito! Se enfoca pessoas, enfoca a vida. E Lázaro Faleiro é autor em prol da plena existência humana, com toda miscelânea de facetas.