Menos de um minuto para a leitura de um miniconto. Divirta-se com a literatura de Edival Lourenço. Hoje, sobre o anjo que acabou não oferecendo a Jacó o que esperava de um ser celestial
O anjo de granja
Jacó ficou eufórico aquela noite de chuva em que deu abrigo a um anjo extraviado. Não dormiu, ansiando por milagre. Depois temeu a reação do povo. Na manhã, enfiou o anjo no porta-malas e foi até um outeiro nos arrabaldes para devolvê-lo ao mundo seráfico. Em vão. O anjo não reagiu. Jacó voltou com ele pra casa e deu publicidade. Veio a euforia, mas logo passou. Pela indiferença daquele ser, concluíram tratar-se de um anjo mentecapto. E agora passa os dias no quintal, de bobeira, disputando poleiro e ração com as galinhas.
O AUTOR – Edival Lourenço nasceu em Iporá. Hoje mora em Goiânia e é presidente da União Brasileira de Escritores-Seção Goiás.