Em canal do Youtube, o artista iporaense Augusto Moura interpreta os clássicos da música em meio à exuberante paisagem do Cerrado goiano
Música clássica e o Cerrado, será que combinam? Em um primeiro momento tal ideia pode parecer não dar liga, mas o músico iporaense, Augusto Moura, prova o contrário em iniciativa artística que mistura música erudita com as belas paisagens do cerrado goiano.
O projeto “Clássicos no Cerrado” pode ser visto no canal do Youtube que leva o nome do músico (Augusto Moura). A iniciativa é uma homenagem ao bioma, a Iporá e seus artistas, que passam por momentos difíceis em meio à crise sanitária causada pelo novo coronavírus (Covid-19). As interpretações de clássicos da música universal, tendo como cenário de fundo as belezas naturais do Cerrado, é um alento para que possamos nos desconectar, mesmo por breve período, desses difíceis momentos de pandemia.
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Ao todo serão seis gravações de música clássica em diferentes paisagens naturais próximas de Iporá. Três vídeos já podem ser assistidos. No primeiro, por meio do violão clássico, Augusto Moura interpreta a cantata barroca mais famosa de todos os tempos: “Jesus, Alegria dos Homens”, do alemão Johann Sebastian Bach.
No segundo vídeo, o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos é reinterpretado em seu “Prelude N º 1”, tendo ao fundo o Morro do Macaco e um inspirador pôr-do-sol. Gravado às margens do Rio Araguaia, no terceiro vídeo da série, o artista iporaense revisita “Für Elise” (Para Elise) do compositor mais aclamado de todos os tempos, o alemão Ludwig van Beethoven.
A ideia
De acordo com a Raisa Leão, entusiasta e diretora do projeto com Augusto Moura, o “Clássicos no Cerrado” vem ao encontro da tendência atual de consumo de músicas e outras manifestações culturais pela internet. “Nessa fase de pandemia as pessoas estão consumindo muita arte virtualmente. E, por que não, fazermos isso com os nossos artistas locais?”, questiona.
A ideia de misturar a arte com a natureza veio da própria Raisa, que teve experiência parecida em terras estrangeiras. Quando morava nos Estados Unidos, de 2014 a 2018, a iporaense mantinha um blog de viagens com dicas de destinos à locais turísticos com belezas naturais. O projeto teve tanto êxito que terminou virando um livro e uma exposição fotográfica dessas locações de bela natureza, em Washington D.C, a capital federal americana.
“Assisti a um vídeo caseiro do Augusto no qual ele tocava Bach, e achei incrível. A forma como ele interpreta a música clássica é única, melódica e muito pessoal. Queria mostrar isso ao mundo, tendo como cenário as magníficas paisagens do nosso Cerrado, de cores alaranjadas do sol, com árvores frondosas e belos rios como o Araguaia”, afirma Raisa.
Em relação ao futuro, tanto Augusto Moura quanto a Raisa, não sabem ao certo para qual direção o projeto artístico caminhará. O que podem dizer até o momento é que, a repercussão em relação aos primeiros vídeos, tem sido bastante positiva.
Seja qual for o futuro, o importante é a valorização dos artistas de Iporá que muito contribuíram à cultura goiana e brasileira. Berço de nomes como a do poeta Pio Vargas (1964-1991) e do renomado escritor premiado nacionalmente, Edival Lourenço, Iporá tem imensa tradição e vocação para as variadas expressões artísticas e precisa prestigiar e apoiar a criatividade da cultura feito localmente.
A iniciativa de Augusto Moura é uma daquelas ações culturais que não podemos deixar passar despercebida. Vale reservar alguns minutos do dia para apreciarmos a boa música com vistas às belas paisagens de nosso magnífico e privilegiado Cerrado.
Canal no Youtube já mostra belos momentos de música associada a paisagens