Nos dias 16, 17 e 18 de novembro de 2018, um conjunto de atividades foi realizado por pessoas do curso de Geografia da Universidade Estradual de Goiás (UEG) – Campus Iporá – em áreas de assentamentos e acampamentos rurais dos municípios de Amorinópolis, Iporá, Arenópolis e Caiapônia.
Foi feito um contato direto com esses territórios, quando foi possível observar distintas realidades, dialogar, ouvir histórias, dramas e esperanças pela conquista de um pedaço de terra para o trabalho, moradia e produção do próprio alimento. São narrativas de sujeitos cujas lutas se arrastam por mais de décadas, experimentados na vida debaixo de barracos de lona, lida cotidiana com o medo, violência, preconceito e pilhagem.
Observou-se também que constroem ações de solidariedade, força coletiva e grafias de enfrentamentos por uma sociedade emancipada de todas as formas de exploração, injustiça e desigualdade. A atividade de pesquisa de campo e extensão permitiu também mapear experiências de lutas pela terra, reforma agrária e permanência no território em municípios do Oeste Goiano.
Além disso, nos três dias de atividades os do curso de Geografia projetaram e discutiram o documentário “Assentamento Dom Tomás Balduino” (produzido pelo Grupo Gwatá), com a intenção de destacar distintas experiências de lutas pela terra e ações de resistências protagonizadas por movimentos sociais diante da concentração fundiária no campo goiano.
Enfatizou-se ainda a preocupação com a relação entre as atividades desta natureza, o envolvimento e as oportunidades de formação dos estudantes do Curso de Geografia. Por isso, contou-se com a participação do aluno Ingo San Thiago Ferreira e da aluna Anna Lígia Coelho, que são bolsistas de projetos coordenados pelo Prof. Dr. Ricardo Assis. Por fim, pontuaram a parceria com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), por intermédio do agente pastoral Lindomar Neres, que tem apoiando os projetos de pesquisa e extensão.
Reflexão sobre o tema
A questão agrária em municípios da região Oeste Goiano, Goiás, é complexa e atravessada por um campo de contradições e conflitos sublinhado pela histórica distribuição desigual das terras, da expropriação de homens e mulheres do acesso aos territórios da vida e do trabalho. Logo, entende-se que a política de reforma agrária ao permitir a conquista da “terra de trabalho” fortalece a dignidade e permite a construção de territórios onde juntos os trabalhadores possam bradar: aqui brilha o sol de justiça, como afirmou José Saramago no clássico romance “Levantado do Chão”. Sendo assim, com a intenção de compreender a realidade do espaço agrário do Oeste Goiano, o Prof. Dr. Ricardo Assis, do Curso de Geografia da UEG – Campus Iporá, tem desenvolvido pesquisas e ações de extensão na região por meio do Projeto “Luta pela terra, território e reforma agrária na Região Oeste Goiano, Goiás”.
Reunião com assentados