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Agronegócio na região esboça reação contra proposta de tributação

Hoje, quarta-feira, 16 de novembro, é dia de protesto em Goiânia. O Sindicato Rural de Iporá Diorama e Israelândia é uma das entidades do setor produtivo que estão em bronca com a possibilidade do Governo de Goiás criar uma tributação nova para o setor rural. Nilton Pereira, presidente do Sindicato, afirma que estão previstas em Goiânia a representação de 53 sindicatos rurais para o ato de manifestação contra a iniciativa do Governo de Goiás.

O agronegócio goiano foi surpreendido pelo anúncio do governador eleito Ronaldo Caiado (União Brasil) sobre a discussão de tributos que podem ser impostos sobre os produtos agropecuários do estado.

Está previsto para esta segunda-feira a presença de agropecuaristas de Iporá e que vão se somar a muitos outros de todo o Estado, na Assembleia Legislativa do para protestar contra esta iniciativa do Governo de criar novo tributo. Tratado pelo governo estadual como um “fundo para investimentos” que contemple o setor, a medida não foi bem recebida pelas associações de classe, que vivem agora um momento de debate e articulação para evitar que o tributo entre em vigor.

Segundo o presidente da Aprosoja Goiás, Joel Ragagnin, os produtores goianos estão surpresos com a medida e afirma que “não há a menor possibilidade de negociação em torno deste assunto. Caso isso seja instituído, será algo impositivo”, disse ao Notícias Agrícolas. Ragagnin afirma ainda que o governo estadual se dispôs a dialogar com o setor, que respondeu afirmando, por sua vez, que o setor está disposto a encontrar, junto ao governo, uma outra alternativa para a necessidade de arrecadação.

O presidente da Aprosoja GO lamentou tal informação chegar ao produtor rural neste que já tem sido um momento difícil e “de muitas incertezas para o agronegócio brasileiro”. Ele explica ainda que a tributação penalizaria do menor ao maior produtor do estado, em especial a cadeias mais frágeis, como leite, carnes, feijão, entre outras, que são determinantes para a atividade em Goiás.

“E essa tributação vai chegar até o consumidor final, até a gôndola do supermercado, ao preço dos alimentos, e nós, mais uma vez, seremos cobrados”, complementa Ragagnin. “Então, estamos trabalhando para que isso não seja instituído”.

Na análise de Matheus Pereira, diretor da Pátria Agronegócios, com sede em Goiânia, capital de Goiás, a preocupação se dá também sobre as ameaças que uma medida como esta impõe ao livre mercado, à competitividade e ao desenvolvimento do estado.

“Qualquer barreira de restrição ao livre mercado é um impeditivo ao desenvolvimento econômico do nosso estado ou nação. A falta de arbitrariedade no mercado força o aperfeiçoamento e eficiência. Colocar a conta de um prejuízo do estado sobre um único setor é querer esganar a “galinha dos ovos de ouro”, que pode até não matá-la, porém vai estressa-la ao ponto de reduzir sua eficiência”, afirma Pereira.

Caiado se reuniu, nesta segunda-feira (7), com líderes do agronegócio do estado para debater a proposta, afirmando se tratar de um fundo para a infraestrutura no estado, algo que já acontece em outros estados do Centro-Oeste do país. Segundo o governador, os recursos serão administrados com a participação do setor produtivo e que o destino será exclusico para a manutenção e melhoria de estradas e rodovias.

Governador Ronaldo Caiado se reúne com representantes do agro
 
Os cálculos para a definição dos valores de contribuição estão sendo feitos com participação de membros da Federação de Agricultura de Goiás (Faeg) e o projeto, na sequência, seria encaminhado à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Durante a reunião, esteve presente o presidente da federação, José Mário Schreiner, que disse que “é hora de fazermos um pacto para Goiás ter um salto de desenvolvimento. É um assunto que temos que discutir com muita tranquilidade, cada um colocando o seu ponto de vista. Acredito que precisamos estar em convívio nesse processo”. Mais do que isso, disse ainda que é momento de encontrar “bom senso para encontrar um ponto de equilíbrio não só aos produtores, mas também com um olhar como um todo para o Estado de Goiás. O diálogo é a melhor saída”.

Com informações do noticiasagricolas.com.br

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