A reportagem do Oeste Goiano falou com o empresário Sevan Naves (foto), de PCHs na Bacia do Rio Caiapó, na região de Iporá. Em entrevista ele fala sobre os efeitos positivos que as PCHs trazem, principalmente para a piscicultura, com o uso da água dos lagos.
OESTE GOIANO – O que pode ser dito sobre perspectivas para a economia regional com relação a esse período pós-PCHs?
SEVAN NAVES – Recebi há poucos dias no Rancho Triton, no Lago da PCH Mosquitão o prefeito de Iporá, Danilo Gleic, e falávamos exatamente disso, dessa alta potencialidade e de boas notícias que vem acontecendo mais aceleradamente no Oeste Goiano. Ele disse-me que Iporá está se recuperando da longa letargia estagnadora e vem surpreendentemente atraindo muitos novos empreendedores, bem movimentando a economia local. Isso que ele disse me reforça este alvissareiro fato e que exige e urge uma ação coordenada e em interação do poder público com o setor privado, notadamente dos empreendedores, para que o progresso seja equânime. Isto me deixou feliz, pois reforça minhas insistentes assertivas sobre a excepcional capacidade de prosperidade de Iporá e toda a região do Oeste Goiano alcançarem, em curto prazo, diante da alta disponibilidade energia hidrelétrica, condições para investimentos. Como aconteceu exemplarmente em Catalão, a partir daí, vem todo o tipo de crescentes atividades germinadoras nos meios econômicos e sociais. Enquanto a crise da falta de energia e de água se alastra pelo país, esta região está se beneficiando ao transformar este potencial inerte – sem uso até então – em efetiva riqueza primária.
OESTE GOIANO – Como está o trabalho de uso dos lagos da PCHs para criação de peixes?
SEVAN NAVES – Esse foi outro assunto que conversei com o prefeito Danilo Gleic. Na PCH Mosquitão isso já é realidade, Nas demais, nos outros lagos, isto está a caminho. Falamos, então, sobre a capacidade de transformar os lagos das PCHs – pequenas centrais hidrelétricas – em pisciculturas organizadas em alta escala produtiva, propiciando renda para muitos. Ainda discorremos sobre a necessidade de implantar ,tanto a fábrica de ração de peixes, como o frigorífico de peixes, de grande porte, a curto prazo, que propiciarão mais empregos qualificados e circulação de dinheiro, no mercado local. Há a imediata capacidade efetiva de produzir cerca de 2.000 toneladas de tilápias por mês, envolvendo cooperativas e pequenos e grandes empreendedores, com a disponibilidade de tecnologia de ponta. Inclusive exportando, com a simples adaptação do aeroporto para exportação, pois a tilápia é um dos peixes mais consumidos e buscados em todo o mundo.
OESTE GOIANO – A nível de leis, tem havido incentivos para essa atividade?
SEVAN NAVES – Vimos em Seminário recente na Câmara dos Deputados que a ANEEL virá a confirmar que baixará uma resolução para que as PCHs paguem aos municípios uma taxa pela ocupação do reservatório d´água. Esta nova taxa, somada à atual expressiva participação no bolo do ICMS já pago aos municípios geradores de energia, a título de geração de riqueza, permitirá melhorar, em muito, a receita dos municípios do Oeste Goiano e a circulação do dinheiro no comércio, como, dentre outros, Iporá, Arenópolis, Piranhas, Palestina e Ivolandia.
OESTE GOIANO – O que dizer sobre a questão enérgica no Brasil de hoje?
SEVAN NAVES – Para o cidadão, à indústria e ao comerciante tenho outra boa notícia, que incidirá justamente na redução da sua conta de luz, além de bem como atrair mais indústrias. É que a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados aprovou recente proposta que isenta os consumidores de energia elétrica do pagamento das despesas da transmissão, em municípios que possuem PCH em seu território. Este importante benefício é do deputado Walter Ihoshi (PSD-SP), no Projeto de Lei n 496/15. Agora, é, então, a hora certa do cidadão se orgulhar de sua região e melhorar a sua alta estima e contribuir com seu esforço e seu trabalho, em favor do pleno desenvolvimento sustentado desta bela terra.