Procria prepara produtores para enfrentamento da estiagem com suplementação alimentar
Em um ano que estiagem mostra agruras, a empresa Procria aciona sua industria de rações e suplementos para atender um mercado que exige agilidade e qualidade. A industria, localizada em Iporá, (Setor Santo Antônio) está funcionando a todo vapor para atender a demanda. Parceria com a Nutron dá a Procria técnica e espaço no mercado.
Os socios proprietários Bauer Vieira César, Lindomar Lopes, Múcio Vieira César e Luiz Carlos Lopes acionam industria e pontos de comercialização em São Luís de Montes Belos, Caiapônia, Piranhas, Jussara, Mozarlândia e Iporá para atender os produtores rurais da melhor forma, inclusive com orientações sobre os cuidados que se deve ter com o gado nestes meses de estiagem, quando não é possível às reses o uso somente do pasto natural.
A seguir, texto com orientações técnicas da equipe Procria:
Melhorando resultados da Pecuária via suplementação mineral:
Um dos grandes questionamentos relativos a rentabilidade do setor pecuário refere-se a sua competitividade perante outras atividades como agricultura: soja, milho, cana etc. Esse fato é inquestionável, e não é por menos que a agricultura vem avançado rapidamente em áreas de pastagens. Comparando os resultados de lucro médio da pecuária nos últimos anos, que gira em torno de R$ 86,00/hectare/ano, vemos que sojicultores estão obtendo resultados 10 vezes maior. Diante desse cenário, como alguns pecuaristas estão se mantendo na atividade? Vários pecuaristas sobrevivem e crescem única e exclusivamente com a renda da atividade de pecuária. O que eles fizeram diferente foi investir em tecnologias que garantiram um diferencial em resultados, tais como: genética, manejo, gestão, capacitação de pessoas, pastagens, sanidade e nutrição. Para um bom resultado é imprescindível que toda essa tecnologia ande juntas, por exemplo: não é possível ter o melhor resultado tendo uma boa genética e uma nutrição de baixa qualidade e vise versa.
Falando especificamente de nutrição, faremos aqui um comparativo entre três tipos de suplementação a pasto. Nosso objetivo é mostrar que dependendo da estratégia a ser adotada os resultados zootécnicos podem ser muito variados.
SUPLEMENTAÇÃO MINERAL
Uma das mais importantes limitações nutricionais do bovino de corte nas regiões tropicais é a deficiência de minerais (macro e microminerais). As forrageiras, geralmente, não atendem as exigências dos animais para explorar o seu máximo potencial genético, ou seja, atingir o máximo de ganho de peso que sua genética permite. A concentração de mineral da forragem depende de vários fatores, como solo, clima, espécie forrageira, maturidade.
A exigência de minerais pelo animal é determinada por vários fatores, como: tipo de exploração (cria, recria e/ou engorda), ganho de peso, idade, raça, etc. Portanto, o objetivo da suplementação mineral é suprir as necessidades de macro e microminerais dos animais.
Em rebanhos “não acostumados” a receber suplementação mineral, o consumo nos primeiros dias é geralmente alto devido à deficiência de minerais pelo animal, após os primeiros dias de fornecimento da suplementação mineral, esse consumo se normaliza. A melhor localização dos cochos é determinada pelo hábito dos animais, por isso é recomendado colocá-los nos locais de maior frequência pelos animais, para facilitar o consumo.
SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA OU PROTEINADO
O conceito da suplementação de bovinos em pastejo é fornecer via suplemento aquilo que a pastagem não consegue suprir. Se a limitação principal é proteína, o suplemento deve ser proteico, mas se a limitação principal da forragem for energia, o suplemento deve ser energético. No período da seca, época compreendida entre junho a outubro, é comum observar a perda de peso dos animais em regime de pastejo, isso ocorre não só por causa da menor oferta de pastagem, mas também é devido o baixo teor de proteína e aumento da fibra, o que leva à uma menor aproveitamento da forragem pelo animal. A suplementação protéica (proteinado), tem como objetivo principal fornecer proteína verdadeira ao animal, assim como disponibilizar nitrogênio aos microrganismos do rúmen para sintetizar proteína microbiana. O fornecimento de proteína visa também aumentar o consumo de pastagem, devido a melhoria da digestão da forragem pelos microrganismos do rúmen.
SUPLEMENTAÇÃO PROETICO-ENERGÉTICA DE ALTO CONSUMO
Baixo ganho peso, até mesmo no período das chuvas, é considerado um dos maiores obstáculos para o aumento da produtividade, ganho de peso e redução da idade de abate. O objetivo principal da oferta de proteína e/ou energia via suplementação de alto consumo (0,3% – 0,5% do peso vivo) para animais em pastejo é suplementar, mas não substituir a forragem. A suplementação de alto consumo permite ganhos de peso adicional de até 350g/animal/dia quando comparado com suplementação mineral; em um período de 180 dias, isso equivale à 63kg de peso vivo por animal.
Em suma, é possível melhorar a rentabilidade do setor pecuário adotando as tecnologias já existentes, isso é uma realidade de vários pecuaristas. A suplementação proteico-energética é um exemplo disso, podemos aumentar o ganho de peso em 70% comparado a um suplemento mineral comum. Alguns pecuaristas tradicionais são muito avessos a mudanças. Como diria Albert Einstein “ Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Mude antes que seja obrigado a faze-lo.
Fernando Carvalho
Coordenador – Bovinos de Corte