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Investimento milionário para Montes Claros na área de mineração

Exemplo de mina de potássio, tal como em Montes Claros de Goiás, ainda a ser explorada

Uma das cidades da região do Oeste Goiano vai receber investimento milionário na área de mineração. Esta cidade é Montes Claros de Goiás, que desde muito tempo que se sabe que seu subsolo tem um grande potencial mineral. 

São 9 cidades goianas que estão dentro de ação de incentivo do Governo do Estado. Além de Montes Claros, estão na mira dos investimentos os municípios de Minaçu, Alto Horizonte, Crixás, Mara Rosa, Pilar de Goiás, Barro Alto, Nova Roma e Catalão. Em cada uma dessas localidades, são tipos diferentes de minerais a serem extraídos. No caso de Montes Claros, é o potássio. Além de potássio, o município de Montes Claros é também rico em níquel, o qual fica para ser explorado em ocasião futura. 

Em vídeo conferência nesta segunda-feira o governador Ronaldo Caiado (DEM) assinou protocolo de intenções referentes a investimentos de 14 mineradoras no Estado, em valor de mais de 8 bilhões de reais. 

A estimativa é de geração de 6 mil empregos com estes investimentos da área mineral em Goiás. Foi formada uma força tarefa para acompanhamento das licenças ambientais.

Mais sobre o investimento em Montes Claros

O site da Associação dos Geólogos de Goiás (https://agego.org.br) publicou detalhadas informações sobre o que vai acontecer em Montes Claros de Goiás. 

Segue texto:

Goiás será o primeiro Estado do Centro-Oeste a produzir adubo orgânico natural a partir da extração de potássio de moagem de rocha, em jazida descoberta na Fazenda Carolina, no município de Montes Claros, a 270 km de Goiânia. A exploração da jazida de rocha potássica já obteve todas as certificações e lavras ambientais necessárias para funcionar, e conta com um projeto específico de recuperação ambiental (em fase de finalização).

A Licença Ambiental de Instalação já foi emitida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad); o Relatório Final de Pesquisa foi aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM); e o Guia de Utilização para a lavra de 80 mil toneladas/ano encontra-se em fase final de aprovação também na ANM. A produção para teste terá início em março do ano que vem, e a produção em escala industrial, no mês de novembro. A previsão é de que o produto comece a chegar ao mercado no primeiro semestre de 2021.

A jazida foi descoberta após levantamento aerogeofísico realizado pela Agência Nacional de Mineração (ANM), do Ministério de Minas e Energia, que revelou um perfil de solo com possível potencial geológico. O passo seguinte foi dado pela empresa EDEM Agrominerais, que, após amplas pesquisas geológicas e estudos da viabilidade produtiva e econômica da jazida de Montes Claros, desenvolveu o projeto de exploração sustentável do potássio no local. É o Projeto KMC.

Com localização estratégica, a jazida de Motes Claros de Goiás tem excepcional condição logística e de infraestrutura. Ela está às margens da rodovia federal BR-070, com oferta local de energia trifásica e facilidades de acesso a diversas regiões produtoras. O geólogo e sócio da EDEM Agrominerais, Luiz Vessani, explica que as reservas de potássio na jazida, já avaliadas e oficialmente aprovadas pela ANM, alcançam 207 milhões de toneladas, com elevado teor de K2O (10%) e riqueza de macro e micronutrientes essenciais ao crescimento das plantas e importantes para a manutenção da fertilidade dos solos. “Vale destacar ainda que as reservas têm alto potencial de incremento, mediante novas pesquisas geológicas”, acrescenta.

*Dependência externa*

Para se ter uma ideia da importância da descoberta pioneira da jazida no município goiano, basta olhar para a grande dependência que o Brasil tem hoje do mercado externo para o suprimento do fertilizante. De acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), a produção nacional de fertilizantes no Brasil foi de 2,6 milhões de toneladas. E o consumo total desses nutrientes, abrangendo nitrogênio, fósforo e potássio, foi de 15,5 milhões de toneladas. Ou seja, o Brasil importa 97,7% do total de fertilizantes que é consumido no mercado interno. Em Goiás, o consumo de fertilizantes, em 2019, foi de 1,6 milhão de toneladas, lembrando que, atualmente, o Estado produz apenas fósforo.

Ainda analisando os números de 2019, a produção total de potássio no Brasil correspondeu a 3,9% do total comercializado. Isso significa que o País importou 96,1% desse fertilizante, com o preço médio de U$ 588 a tonelada. “Olhando para a realidade de Goiás em relação à dependência externa de fertilizantes, é preciso dizer que o início da exploração da jazida de potássio em Goiás é algo extremamente positivo não só para o Estado, mas para o Centro-Oeste como um todo, que consome quase 40% do potássio entregue no Brasil, graças à expressiva produção de grãos e cana-de-açúcar na região. A exploração da jazida será fundamental para diminuir os custos dos produtos, principalmente por estarmos com o câmbio desfavorável para importação de insumos. Sem falar da facilitação que trará para a questão logística, que não é muito favorável para nossos produtores, por estarmos longe dos portos”, afirma Luiz Vessani.

*A extração do potássio em Montes Claros*

Em Montes Claros, o potássio encontra-se em alta concentração na forma de rocha, sendo um composto 100% natural, sem nenhum tipo de enriquecimento químico artificial. Isso possibilita um processo simples de extração, no qual apenas a moagem da pedra e seu transporte são necessários. Não há a necessidade de barragem ou lavagem dos insumos, ou seja, não há necessidade de consumo de água na produção.

*Testes agronômicos*

Ensaios agronômicos do potássio de Montes Claros foram concluídos com sucesso na Universidade Federal de Goiás (UFG). O estudo contemplou cultivos de milheto, soja e feijão, com resultados amplamente favoráveis, comprovando a possibilidade da utilização do KMC como fertilizante natural alternativo.

Novos ensaios contratados com consultorias conceituadas e produtores locais estão em andamento, e já projetam perspectivas otimistas para o uso do KMC em lavouras de soja, milho e cana de açúcar. O experimento agronômico realizado na Fazenda Carolina, município de Montes Claros de Goiás, da safra 19/20, compreendeu o plantio de soja em terrenos já cultivados, com resultados de colheita animadores.

*Características do potássio de Montes Claros (KMC)*

É isento de cloro e metais pesados.

Não agride o meio ambiente.

Baixo teor de sódio.

Livre de fitotóxicos e sais que agridem a planta, favorecendo o desenvolvimento das raízes.

De fácil aplicação: pode ser aplicado a granel, de uma só vez.

Tem liberação gradual e efeito cumulativo.

Pode ser aplicado em diversas culturas, como de soja, milho, cana, café, fruticultura, seringueira, plantio de eucalipto e, principalmente, nos cultivos orgânicos.

Rico em micronutrientes que favorecem a biologia do solo.

Promove o aumento do CTC (Capacidade de Troca de Cátions), importante para solos arenosos.

*Vantagens do potássio de Montes Claros (KMC)*

Responsável pela coordenação dos testes do KMC, o geólogo da EDEM Agrominerais, Gustavo Guerra, explica que os agrominerais silicáticos, como o KMC, além da disponibilização dos nutrientes que promovem o rejuvenescimento e o equilíbrio da fertilidade do solo, também podem disponibilizar o silício, elemento altamente benéfico, cuja aplicação tem mostrado aumento na produtividade e resistência contra pragas, doenças e estresses abióticos.

Além do silício, uma gama variada de macro e micronutrientes (cálcio, magnésio, cobre, manganês, cobalto, molibdênio e zinco) contribui para remineralizar o solo esgotado no decorrer de vários anos de cultivo, estimulam a atividade biológica das plantas cultivadas e aumentam a capacidade de retenção de água. A vida no solo, favorecida pelo uso do fertilizante potássico natural, favorece o aumento do sistema radicular das plantas, além de fixar o nitrogênio via biológica.

Ao contrário do KCl (cloreto de potássio) – principal fertilizante químico utilizado na produção agrícola, altamente solúvel, lixiviável e responsável pelos efeitos negativos da salinização do solo – o potássio de Montes Claros é de liberação lenta e progressiva, capaz de fornecer os nutrientes de acordo com a necessidade de cada fase dos cultivos, reduzindo perdas por lixiviação. “O potássio de Montes Claros favorece a formação de um “banco de macronutrientes” residual no solo, que gradualmente é disponibilizado às plantas em cultivos sucessivos de até cinco anos”, destaca Gustavo Guerra.

*Vantagens Ambientais*

O uso de fertilizantes naturais faz parte de uma evolução tecnológica da agricultura brasileira – a chamada agricultura verde. Tanto é que estudos de desenvolvimento desses novos materiais e insumos têm tido o intenso apoio da Embrapa e da ANM. “Para que o Brasil continue a ser o celeiro do mundo, é preciso olharmos a produção pela ótica da sustentabilidade ambiental. Para reduzirmos a pressão pela abertura de novas terras de produtividade agrícola, é preciso recuperar os solos degradados pela intensa atividade agrícola tradicional. Nesse sentido, as ciências agrícolas e geológicas precisam caminhar juntas, a fim de buscarem soluções estratégicas que alavanquem a produtividade e que, ao mesmo tempo, cuidem do meio ambiente, por meio de estudos e desenvolvimento de novos produtos agrominerais”, afirma Luiz Vessani.

Nesse contexto de sustentabilidade, o geólogo Gustavo Guerra ressalta as vantagens ambientais do potássio de Montes Claros. De acordo com ele, pelo fato de ser uma mineração de baixo impacto, a produção do KMC não gera resíduos sólidos, não gera contaminantes e não usa água. A proximidade com o produtor é outro ponto positivo, pois significa a redução das emissões de CO2 relacionadas ao transporte.  O geólogo diz também que, pelo fato de a área de lavra estar localizada em pastagem, a produção não vai alterar a vegetação nativa da região. Partindo para as propriedades do fertilizante, Gustavo Guerra enumera os diferenciais. “O KMC tem baixo teor de sódio e é isento de cloro, dois elementos que podem impactar negativamente a microbiota do solo.

O geólogo Lincoln Gambier acrescenta ainda outros impactos positivos para o meio ambiente. “A vida no solo, favorecida pelo uso do fertilizante potássico natural, provoca o aumento do sistema radicular das plantas, além de fixar o nitrogêneo via biológica. O sequestro do carbono da atmosfera por meio dos micro-organismos do solo, associado ao aumento de matéria orgânica, é um poderoso aliado na diminuição do carbono na atmosfera.”, conclui.

*Potássio na agricultura*

O potássio é um rico alimento para o solo e um dos nutrientes mais utilizados pelas plantas, perdendo apenas para o nitrogênio e o fósforo.  Com isso, altos rendimentos na produção significam maior necessidade de potássio. Enquanto o adubo industrial apenas alimenta a planta, o adubo orgânico, como o potássio natural, alimenta o solo e cria uma dinâmica de retroalimentação.

O potássio é responsável pelo balanço iônico nas células vegetais. Ele não tem função estrutural nem aparece na composição (não é exportado para os grãos), mas é o catalisador de um grande número de reações. A eficiente síntese de carboidrato e proteína depende do potássio, que afeta diretamente a fotossíntese. O produtor Giberto Mitsuyoshi Yuki conta que, em suas lavouras de cereais, ele utiliza, desde 2015, pó de rocha micaxisto (+-3,4% K), um remineralizador que também fornece parte do potássio. De acordo com ele, a experiência vem sendo positiva. “Este ano, estou usando parte das áreas com esse fertilizante potássico natural. Minha produtividade tem aumentado, não só pelo uso dos remineralizadores mas também com a adoção de diversos manejos de agricultura sustentável divulgados pelo Grupo Associado Agricultura Sustentável”, explica.

O Brasil tem importante papel na segurança alimentar mundial, mas as terras cultiváveis são limitadas. “O uso eficiente de fertilizantes que ajudam no aumento da produtividade agrícola é fundamental quando olhamos para as características do solo brasileiro, que é naturalmente pobre, em decorrência da alta lixiviação natural, que ocorre, principalmente, no Cerrado, bem como da exaustão de nutrientes pelo cultivo intensivo. Além disso, existe uma grande pressão ambiental no País com relação a novas terras cultiváveis”, afirma Luiz Vessani.

*Potássio na agricultura orgânica*

O potássio mineral natural como o KMC é essencial para a agricultura orgânica certificada, que não admite o uso de formas químicas nem altamente solúveis de fertilizantes para o fornecimento de nutrientes. Nesse tipo de cultivo, é permitido apenas o uso de rochas naturais moídas. A participação deste segmento da agricultura vem crescendo no mercado, tendo como expoente o açúcar orgânico.

Fonte: Assessoria de imprensa EDEM

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