O prédio da Universidade Estadual de Goiás (UEG) de Iporá amanheceu nesta terça-feira, 23, com faixas que indicam paralisação. O movimento é a nível de Goiás. A Assembleia Geral das/dos Docentes da UEG, ocorrida na última sexta-feira 19 de maio de 2023, decidiu por unanimidade o indicativo de paralisação no dia 23 de maio e deliberou pelo estado de Greve! A decisão retrata a insatisfação da categoria docente em relação às ações do atual governador do Estado, Ronaldo Caiado, frente ao desmonte programado da UEG, importante patrimônio público da sociedade goiana. O dia de luta da categoria docente é resultado também do descaso do Governador em receber os professores em seu gabinete para negociação em defesa da UEG.
Além da paralisação das atividades docentes nas unidades universitárias a Associação dos Docentes da UEG (ADUEG) está organizando uma manifestação em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na Praça Cívica de Goiânia, a partir das 9 horas da manhã. Esta manifestação faz representa a continuação do ”Ato Contra o Desmonte Programado da UEG”, ocorrido no dia 17 de abril de 2023 no mesmo local. Naquela ocasião a ADUEG distribuiu à população panfletos apontando diversas formas que o governo de Goiás tem feito para desmantelar a universidade e para impedir que a população jovem goiana tenha acesso à universidade pública-gratuita e de qualidade.
No ato do dia 17 de abril, os dirigentes da entidade protocolizaram ofício ao governador Ronaldo Caiado solicitando, com urgência, a realização de audiência e esta solicitação nunca foi atendida. A audiência foi marcada e desmarcada várias vezes pelo Palácio, demonstrando claro descompromisso do governo com a Universidade e com a sociedade goiana que sofre com o descaso do governo estadual com a ciência goiana e com o futuro dos jovens do Estado de Goiás.
Assim a paralisação de hoje, 23, acompanhará também a agenda da frente de luta de todas a universidades públicas estaduais em todo Brasil programada para este mês de maio. Dentre as pautas da ADUEG estão: o encaminhamento, imediato, do Plano de Carreira aprovado pelas/os docentes à ALEGO; o pagamento da data-base de 2022 sem parcelamento, junto às perdas salariais acumuladas em 40,76%; progressões funcionais de cerca de 200 docentes que concluíram mestrado e doutorado; o fim do desmonte da universidade representado pela drástica redução de oferta de cursos e especial aos cursos de formação de professores; fim da precarização dos contratos temporários para docentes, entre outras frentes de luta. Além disso, os docentes reivindicam o retorno dos 2% do orçamento estadual para a UEG que foi retirado pelos deputados da base aliada ao governo por meio de Emenda na Constituição.
Alambrados quebrados, falta de calçamento, laboratórios de pesquisa e de ensino sem manutenções e com instalações improvisadas, quadras de esportes destruídas, mato alto, paralelepípedos soltos, aparelhos de ar condicionado estragados, falta de papel higiênicos e de copos descartáveis constituem a imagem da UEG, em especial das unidades da UEG do interior de Goiás.