O professor Me. Ricardo Silvério Gomes Pinheiro, atualmente professor regente na Faculdade de Iporá, vem tornar público os resultados de sua pesquisa realizada no período de 2014 a 2015 sobre o Currículo Referência da Rede Estadual de Educação de Goiás. Essa pesquisa foi realizada pelo referido professor com orientação do professor Me. Marlúcio Tavares do Nascimento, que é professor no IF Goiano – Campus Iporá. No ano de 2018 publicaram os resultados da pesquisa na Revista Ciência e Educação da UNESP, que apresenta qualis máximo na avaliação da CAPES, sendo A1. O professor Ricardo conduziu essa pesquisa ainda quando era acadêmico no IF Goiano e, vem por meio desta publicação esclarecer suas motivações para realização da pesquisa e porque resolveu agora divulgar os resultados à comunidade local:
“Eu enquanto professor da Rede Estadual nos anos de 2013 a 2015, sempre tive uma inquietação muito grande com o Currículo Referência por ser muito engessado e não nos permitir transitar conteúdos entre bimestres e nem modificar as expectativas de aprendizagem, sendo que nós professores temos a formação para construir um currículo adequado à nossa realidade. Esse termo “currículo” no meio educacional se refere a tudo aquilo que esperamos como formação para nosso aluno e, não me refiro apenas em formação para mercado de trabalho, mas formação para a cidadania, para a vida cotidiana… uma formação integral. O Currículo Referência do Estado de Goiás, que começou a ser vigorado em 2013, não dava um suporte para nós professores o adequarmos à nossa realidade. Existia uma preocupação maior em cumprir o que estava ali, sem se desviar de nada. Eu, por ter formação em Química e ministrar essa disciplina, foquei bastante nessa área e encontrei muitas inconsistências de conteúdos, falta de contextualização, falta de um suporte para nortear o professor a como adaptar esse currículo à sua realidade. Currículo não são apenas conteúdos, mas tudo aquilo que faz parte desse ambiente onde haverá ensino e aprendizagem. Até os anseios, as inquietações e questionamentos dos alunos, fazem parte do currículo. Mas se o currículo é engessado e propõe o cumprimento de vários conteúdos no bimestre, nem tempo para responder aos questionamentos do aluno o professor vai encontrar. A pesquisa que realizamos faz uma análise completa do currículo como um todo, mas foca especificamente na Química. E agora com os resultados, eu sinto que preciso ser transparente com o meio docente, preciso levar esse conhecimento para a sociedade. Faz parte da Ciência contribuir para o desenvolvimento humano e social e, enquanto pesquisadores em formação, é assim que devemos agir. Buscamos a pesquisa quando surge inquietações como estas e, nós professores podemos ser cientistas também para entender nossa realidade e construir novos conhecimentos na busca de soluções para os problemas do meio educacional. Estamos em pleno processo de discussão de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que virá a substituir esses currículos que encontram-se em vigor. Precisamos entender o que deu certo e o que deu errado, para não deixarmos que os mesmos erros aconteçam.”
O link a seguir leva ao artigo científico que contém os resultados da pesquisa realizada pelo professor.
http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v24n3/1516-7313-ciedu-24-03-0659.pdf