Com crescimento acima da média nacional, estado enfrenta gargalos na transmissão de energia.
O crescimento econômico de Goiás, acima da média nacional, tem esbarrado em um problema estrutural: a insuficiência no fornecimento de energia elétrica. Em nova ação junto ao governo federal, o senador licenciado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), esteve nesta semana no Ministério de Minas e Energia para discutir os entraves que afetam, principalmente, o noroeste e o nordeste do estado. Ao lado do deputado federal José Nelto (União-GO) e de executivos da Equatorial Energia, empresa responsável pela distribuição no estado, Vanderlan buscou a antecipação de leilões e investimentos em infraestrutura para garantir o suprimento à crescente demanda.
A reunião foi conduzida por técnicos e secretários da pasta e contou com a presença do CEO da Equatorial Brasil, Augusto Miranda, e do presidente da Equatorial Goiás, Lener Jayme. Também participaram representantes do setor privado e técnicos do Ministério de Minas e Energia.
“Viemos discutir assuntos urgentes ligados aos leilões de energia que precisam ser antecipados. Goiás precisa crescer e, para isso, precisa de energia. O estado está travado por falta de estrutura elétrica”, afirmou o senador Vanderlan ao fim da reunião. A agenda dá sequência a uma série de articulações feitas pelo parlamentar, que incluem reuniões com o ministro Alexandre Silveira e reuniões com prefeitos das regiões afetadas pela falta de energia.
O presidente da Equatorial Goiás, Lener Jayme, concorda que as ações do senador Vanderlan e deputado federal José Nelto já estão rendendo frutos para Goiás, pois já foi definido o leilão para a construção da linha de transmissão do Vale do Araguaia, mas ele explica que ainda há muita demanda. “Temos uma carência muito grande de novos pontos de suprimento. O leilão do Vale do Araguaia, previsto para outubro, é um passo. Mas já temos estudos prontos para outras regiões, como Mundo Novo e Nova Roma, que precisam entrar nos próximos editais. O governo precisa garantir isso”, afirmou Lener Jayme.
Segundo a empresa, apenas na região noroeste do estado já foram aceitas 81 megawatts de solicitações de energia por clientes até 2030. Os pedidos vêm de grandes empresas como Olfar (14 MW), Mineração Serra Verde (11 MW) e produtores agrícolas com demandas crescentes por irrigação. “São 100,4 MVA de solicitações extraordinárias só nesta região. Sem rede básica de transmissão, não conseguimos atender. É urgente”, alertou Jayme.
O deputado José Nelto reforçou a importância da articulação política para destravar os investimentos. “Energia é a base de tudo. Estou à disposição, inclusive no orçamento da União, como relator da Infraestrutura, para destinar verbas que garantam a execução desses projetos. Se não resolvermos isso agora, o estado vai perder competitividade”, disse.
O alerta se estende a prefeitos e lideranças regionais, que relatam a estagnação de projetos produtivos e serviços essenciais prejudicados pela instabilidade do fornecimento. Em reunião anterior, na sede da Equatorial em Goiânia, prefeitos de municípios como Jussara, Britânia e Nova Crixás relataram prejuízos com escolas sem estrutura elétrica adequada, unidades de saúde operando com geradores e indústrias que desistiram de se instalar.
“É preciso entender que energia elétrica significa desenvolvimento. Goiás tem potencial para crescer muito mais, só que os investimentos estão parados por falta de energia. Estamos trabalhando para resolver esse gargalo, e com isso gerar mais empregos, mais renda e melhorar a vida da população do nosso estado”, disse Vanderlan.
