Um julgamento muito aguardado ocorre nesta sexta-feira, 6, quando senta no banco dos réus Horácio Rozendo Neto, acusado de assassinar a esposa Vanessa Camargo.
O julgamento tem início às 8:30 horas, no auditório do Tribunal do Juri, Fórum de Iporá. A defesa de Horácio Neto é feita pelo advogado Palmestron Cabral. O Ministério Público atua na acusação, com assistência do advogado João Francisco.
O Juiz Wander Soares Fonseca distribuiu nota à imprensa informando que os atuais Júris da Comarca de Iporá serão transmitidos no Youtube, tendo em vista a proibição do público por conta da pandemia da Covid-19.
Há o alerta da Comarca para que as pessoas se inscrevam no canal do Gabinete da 2ª Vara da Comarca de Iporá. É pela internet que será possível assistir a esse Juri.
O link a ser usada é o seguinte:
https://youtube.com/channel/UCENTkAXRQvHYutO9usw9MFg
O crime
Vanessa foi morta no dia 31 de julho de 2017. Na ocasião, o empresário disse que viajava de carro com a mulher e o filho do casal, de 2 anos, quando foram abordados por dois homens em uma moto. O esposo, que dirigia o veículo, parou e um dos suspeitos assumiu a direção. O marido da vítima, disse em depoimento que Vanessa discutiu com o rapaz e levou um tiro na cabeça e reforçou a tese durante a reconstituição do crime.
De acordo com o delegado Ramon Queiroz, responsável pelo caso, a perícia constatou diversas incongruências entre o relato dele e o que de fato aconteceu, entre elas a de que a vítima foi morta em posição de repouso, sem qualquer indicação que teria discutido com o atirador. E ainda que o empresário não estava no banco traseiro.
A denúncia ressalta que o crime aconteceu na presença do filho do casal, que estava sentado na cadeira infantil, no banco traseiro do carro. Apurou-se também que Horácio agiu assim porque a mulher havia manifestado a intenção de se separar dele, por insatisfação com o relacionamento. Para praticar o crime, afirma a peça acusatória, o denunciado dissimulou seus atos, pois ocultou sua verdadeira intenção homicida, fingindo que levaria sua esposa e filho para Goiânia, onde ela tinha compromisso profissional.
De acordo com a promotora Margarida Liones, o denunciado também se utilizou de outro recurso que dificultou a defesa da vítima, pois, efetuou o disparo no momento em que ela se encontrava em posição de repouso no banco de passageiro do veículo. Além de provocar a morte da mulher, o disparo levou ao aborto, interrompendo a vida intrauterina do feto, decorrente da morte da gestante.
Por fim, após concluir seu intento criminoso, Horácio Neto modificou o estado de lugar ou de coisa do crime. Desse modo, além de ter ocultado a arma de fogo usada, na condução do veículo, deslocou-se por cerca de 34 km da rodovia GO-320, sentido Iporá-Ivolândia, e, já na zona rural de Ivolândia, colocou o carro de maneira suave em um recuo (vala de escoamento), à margem esquerda da rodovia. “A finalidade do denunciado era induzir a erro juiz ou perito para produzir efeito em processo penal”, afirmou Margarida Liones.
Ela acrescenta que Horácio pretendia reforçar sua versão, sustentada perante os policiais militares que atenderam à ocorrência e na Polícia Civil. Segundo a versão do denunciado, ele foi abordado por duas pessoas, em uma motocicleta, enquanto transitava na GO-060, quando um dos suspeitos teria assumido a condução do carro, determinando que ele passasse para a parte traseira. De acordo com o denunciado, esse agressor teria efetuado um disparo de arma de fogo contra a vítima e abandonado o carro na GO-320, empreendendo fuga com a ajuda de um comparsa, sem levar nenhum objeto.
Nesta sexta-feira, 6, um júri popular avalia o caso a fim de apurar se Horácio Neto tem culpa ou não.