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Horácio Neto foi condenado a 29 anos de prisão

Horácio Rozendo Araújo Neto

Terminou depois da meia noite desta sexta-feira, já no sábado, 7,  um dos julgamentos mais emocionantes de tribunal do júri em Iporá. Horácio Rozendo Araújo Neto, que nos últimos três anos esteve no noticiário como acusado de matar a esposa Vanessa Camargo, sentou no banco dos réus.

Em um julgamento de mais de doze horas, ele recebeu ao final uma condenação de 29 anos, 6 meses e 20 dias de prisão em regime fechado. O Juiz Wander Soares da Fonseca, ao ler a sentença, citou o crime como homicídio qualificado por motivo torpe e ainda somado ao mesmo o aborto e a prática de burlar o cenário do crime (fraude processual).

Foi condenado de assassinar a esposa Vanessa Camargo, de 28 anos e que estava grávida de 4 meses de uma filha que iria se chamar Ísis.

O Tribunal do Juri foi presidido pelo Juiz Wander Soares Fonseca, tendo na defesa o  advogado Palmestron Francisco Cabral, que ao ouvir a sentença anunciou a interposição de recurso. Na acusação atuou o promotor Luís Gustavo Soares Alves, que demostrou muito conhecimento sobre o caso, clamando por punição. Ele teve como assistente de acusação o advogado João Francisco. Com transmissão pela internet (Youtube), o julgamento foi de grande audiência e expectativa.

O corpo de jurados foi constituído por 4 mulheres e 3 homens. Desfilam diante deles, versões para aquele dia 31 de julho de 2017, quando o casal saiu muito cedo para Goiânia e quando ocorreu o trágico fato.

No meio da noite, populares que estavam diante do fórum, comemoraram a condenação de Horácio Rozendo Araújo Neto.

O crime

Na ocasião, o empresário disse que viajava de carro com a mulher e o filho do casal, de 2 anos, quando foram abordados por dois homens em uma moto. O esposo, que dirigia o veículo, parou e um dos suspeitos assumiu a direção. O marido da vítima, disse em depoimento que Vanessa discutiu com o rapaz e levou um tiro na cabeça e reforçou a tese durante a reconstituição do crime.

De acordo com o delegado Ramon Queiroz, responsável pelo caso, a perícia constatou diversas incongruências entre o relato dele e o que de fato aconteceu, entre elas a de que a vítima foi morta em posição de repouso, sem qualquer indicação que teria discutido com o atirador. E ainda que o empresário não estava no banco traseiro.

A denúncia ressaltou que o crime aconteceu na presença do filho do casal, que estava sentado na cadeira infantil, no banco traseiro do carro. Apurou-se também que Horácio agiu assim porque a mulher havia manifestado a intenção de se separar dele, por insatis-fação com o relacionamento. Para praticar o crime, afirma a peça acusatória, o denuncia-do dissimulou seus atos, pois ocultou sua verdadeira intenção homicida, fingindo que levaria sua esposa e filho para Goiânia, onde ela tinha compromisso profissional.

Por fim, após concluir seu intento criminoso, Horácio Neto modificou o estado de lugar ou de coisa do crime. Desse modo, além de ter ocultado a arma de fogo usada, na condução do veículo, deslocou-se por cerca de 34 km da rodovia GO-320, sentido Iporá-Ivolândia, e, já na zona rural de Ivolândia, colocou o carro de maneira suave em um recuo (vala de escoamento), à margem esquerda da rodovia. “A finalidade do denunciado era induzir a erro juiz ou perito para produzir efeito em processo penal”, afirmou na época a represen-tante do Ministério Público.

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