A vereadora Viviane Specian (PT), presidente da Comissão de Meio Ambiente na Câmara Municipal de Iporá, coordenou na noite desta quinta-feira, 21, no recinto do Legislativo, a audiência pública que debateu o abastecimento de água tratada em Iporá, na busca por soluções.
Foi audiência pública de diversas críticas para a atual gestão, já que as ações na área ambiental, nesses últimos anos, feitas pelo poder público municipal, foram mínimas. O que motivou a vereadora a chamar a comunidade para a audiência pública foi o grave problema que Iporá passou na estiagem recente, período em que faltou água tratada nas residências da cidade, com a Saneago sem condições de faze-la chegar aos seus clientes.
A audiência pública foi bem representativa de estudiosos do assunto e de ambientalistas, mas com ausências de pessoas com poder de decisão. O atual prefeito não estava presente, sendo representado por Guilherme Bueno, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente que, expôs as ações que têm sido feitas para se resolver em Iporá a crise hídrica. Na opinião geral, as ações da gestão atual foram poucas.
Embora convidado, o Ministério Público não se fez presente. Através do biólogo Douglas Santos, a Saneago participou da audiência pública. Em sua fala, ele disse que a Saneago faz sua parte nas ações de recuperação ambiental de bacias de córregos de onde se captam água para o abastecimento de cidades. Disse que em Iporá isso pode ocorrer com relação ao córrego Santo Antônio. Ele citou o exemplo de Bom Jardim de Goiás, onde numa união de diversos parceiros, o córrego que abastece a cidade está sendo recuperado e já dá resultados positivos. Sobre o papel da Saneago em recuperação ambiental, ele lembrou que em recuperações de nascentes na bacia do Santo Antônio a empresa pode servir com postes, arame para cercas de áreas e ainda com óleo diesel. Douglas Martins disse que crise hídrica tem sido um problema geral pelo Brasil afora.
Ainda falando de ações da Saneago, Douglas Martins disse que na bacia do córrego que abastece Iporá são 113 nascentes. Destas, são 41 degradadas, 41 perturbadas e só 26 que estão boas. Ele lembrou que a cada mês, da receita da Saneago, cerca de quarenta mil reais são repassados à Prefeitura de Iporá, que poderia ser usado em ações ambientais. Do público presente, foi sugerido que existisse algo como um observatório social e permanente para não deixar o assunto “água” ficar esquecido em Iporá.
A vereadora Viviane Specian permitiu a fala a todos presentes. Dérick Martins, da UEG, expôs seu estudo sobre a bacia do córrego Santo Antônio. Ele foi apresentado aos presentes como representante da prefeita eleita Maysa Cunha. O professor Flávio Alves de Souza, também da UEG, relembrou a luta dele nesse sentido, já por muitos anos, mas frisando que a ação é acadêmica, de estudos e, nesse sentido, muito já foi feito; agora, falta é o poder público entrar em ação, com investimentos.
Pela prefeita eleita o vereador Carlos Eduardo Mendes Alencar (Dudu) foi quem trouxe alento ao público presente, dizendo que Maysa Cunha tem preocupações sobre abastecimento de água em Iporá e que a gestão vindoura terá ações neste sentido.