Joaquim Pedro da Silva, um lavrador aposentado, usa recursos do seu próprio bolso para alimentar os patos do Lago-Pôr-Sol, em Iporá. Ele faz isso diariamente, em todas as manhãs, sem nunca ter pedido ajuda a ninguém.
Isso tem tempo que começou a ser feito. Foi há 5 anos atrás, quando fazia sua caminhada pelo Lago e percebeu que os patos estavam com fome. No dia seguinte, trouxe milho. E então nunca mais parou. Ele usa o seu horário de caminhada, sempre por volta de 7 da manhã, para alimentar os patos.
As aves já conhecem o senhor Joaquim. Ele chama os patos e todos se reúnem nas margens, quando joga milho em grãos. Não é uma ração preparada com fórmula nutritiva, mas é uma boa refeição para aves que não recebem da Prefeitura nenhum tratamento.
Os patos sempre existiram no Lago. São atualmente cerca de 20. Até pouco tempo, tinha um casal de gansos. Mas um deles foi acidentado e o outro sumiu. Senhor Joaquim Pedro da Silva não pretende parar de alimentar os patos.
Ele afirma que sempre teve uma vida de boa convivência com os animais, desde a zona rural, onde morou e trabalhou grande parte de sua vida. Na cidade, tem animais em casa. Alimentar e cuidar bem de animais é o seu prazer.
Senhor Joaquim nunca pediu ajuda para alimentar os patos do Lago Pôr-do-Sol, mas aceitaria se alguém oferecesse. Ele não usa telefone. Alguém que quiser ajudá-lo é encontrá-lo no Lago ou se dirigir à sua residência, na Avenida Quintino Vargas, 1.201.
A reportagem perguntou ao senhor Joaquim se a Prefeitura já o agradeceu pelo que tem feito. Ele disse que ninguém do poder público o agradeceu. Mas ele demonstra que não faz isso também para receber agradecimentos. Segue alimentando. Assim será.
Em Iporá, alguns outros cidadãos aparecem para alimentar os patos. Mas são ações isoladas. O trabalho diário é mesmo do senhor Joaquim, o qual lamenta que o número de aves do local não aumenta. Ele conta que jacaré e lontra matam as ninhadas. Agora, recentemente, uma pata criou uma grande ninhada. Só escaparam dois.
Essa é a história do senhor Joaquim Pedro da Silva, bondoso homem que alimenta os patos do nosso espaço público, o cartão postal da cidade.