A Estância Olhos Castanhos sediou, no início deste mês, o Dia de Campo, atividade promovida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e entidades parceiras do serviço Ser Natureza para inaugurar as ações de recuperação do Córrego Água Limpa, em Jussara.
A estância, que pertence a Sinval Silva Santana e sua mulher Marinete; a Fazenda Massagrana, de Manuel Cézar Marques, e a Chácara Água Limpa, de Arialdo Ferreira de Araújo, integram a primeira etapa de recuperação do córrego, que consistirá nas práticas de conservação de solo e recuperação de uma importante nascente de um afluente do Água Limpa.
No local, carinhosamente chamado por muitos dos presentes de “pedacinho do céu”, mais de 30 pessoas bastante representativas da mobilização promovida pelo projeto reafirmaram sua vontade e esforços para que a etapa seja concluída.
Estiveram no Dia de Campo o promotor de Justiça Bernardo Morais Cavalcanti, responsável pelo Ser Natureza na comarca; a servidoras Gabriella Parrode e Giselle Freitas da Costa, da Coordenadoria de Assessoramento à Autocomposição Extrajudicial (Caej), e o ponto de apoio no MP local, Alda Patrícia Dermonde.
Pela prefeitura, participaram da atividade o secretário de Meio Ambiente, Ricardo Nascimento; o secretário de Agricultura, Pecuária e Agroindústria, Francisco Rebouças Neto; o secretário de Educação, Marcos de Aguiar Guimarães; o secretário de Finanças, Walter Thales da Silva; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, Sílvio José Lopes; o secretário de Transporte, Obras e Ação Urbana, Wed Marques Vitor de Paula, todos acompanhados de suas equipes.
Também compareceu, para a exposição técnica do projeto de recuperação elaborado pela Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural, e Pesquisa Agropecuária (Emater), o engenheiro florestal Leo Lince do Carmo, acompanhado de outros servidores do órgão das unidades de Iporá, a central, e a local – Fausto Pacheco Braz, Francisco Neto, Apolônio Gomes de Souza, Mellânia Assunção e Júlio César Moraes.
Por fim, os representantes da Companhia de Saneamento de Goiás S/A, Odair Pontes e Warlei Lima, bem como integrantes do Legislativo municipal e lideranças integraram-se à atividade.
Promotor destaca mudança de olhar na preservação ambiental
O promotor de Justiça contextualizou que o debate sobre a preservação ou não do meio ambiente sempre foi um assunto que gerava uma certa discordância porque havia opiniões divergentes.
“Algumas pessoas não acreditavam que o meio ambiente precisava, de fato, ser preservado, uma vez que, como boa parte das coisas da nossa vida, não apresenta consequências imediatas. Elas se apresentam daqui um tempo, daqui um ano, daqui há dez anos, daqui uma ou duas gerações. Com o passar do tempo e as respostas que o meio ambiente foi nos dando, a gente começou a perceber que as ações que nós fazemos hoje têm cosequências e elas podem vir antes do que a gente imagina”, refletiu Bernardo Cavalcanti.
Diante da atual situação climática registrada no Brasil e no mundo, em que milhares de pessoas têm sofrido com o calor extremo, ele ressalta: “A necessidade de preservação do meio ambiente tem que ser unânime, saber que preservá-lo não significa interromper o crescimento e o desenvolvimento social. Além disso, lembrar que não se consegue produzir numa terra seca, árida e sem vida”.
Ele falou ainda aos presentes no Dia de Campo especificamente sobre o Ser Natureza naquele município, ressaltando sentir muito orgulho desse trabalho de parceria. “É um projeto articulado pelo MP, mas executado a dezenas de mãos e mãos extremamente competentes e comprometidas como da Emater, da prefeitura e Saneago, com todas as pessoas unidas em prol do mesmo ideal, o de preservar os recursos hídricos do município”, acrescentou o promotor de Justiça.
Município assegura não medir esforços para implementação do Ser Natureza
O secretário de Meio Ambiente, Ricardo Nascimento, inicialmente agradeceu a prefeita, Maria Idali da Silva Bontempo, por ela ter acreditado nessa proposta e assumido o compromisso com o Ministério Público.
“O Ser Natureza é macro, ele é grandioso. É o sonho de todos nós garantir água para toda a cidade. Eu faço parte do Comitê das Bacias Hidrográficas do Estado de Goiás e a previsão de sinal vermelho para a falta de água em Jussara é 2030. Temos que acender esse sinal e mostrar para as pessoas que a consciência, a partir de agora, é preponderante”, opinou o gestor.
Em contraponto, citou a propriedade de Sinval como um refúgio, observando que, se tratores arrancassem a mata já existente ali e o sol assolasse a terra, tudo acabaria. “Temos que vigiar, proteger, pois isso é natureza, riqueza, onde a flora e a fauna prevalecem”, aconselhou.
O proprietário da estância, em seu discurso, assegurou: “o que precisar ser feito, eu farei, e agradeço a parceria e a iniciativa do Ministério Público, porque sozinho eu não conseguiria, mas com a união de esforços eu vejo a coisa acontecer”.
