Já foi assunto aqui no Oeste Goiano o trabalho do professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Campus Iporá, Dr. Douglas Henrique Bottura Maccagnan, sobre cigarras. Ele pesquisa intensamente sobre o assunto. Veja no link abaixo a matéria anterior:
Em tempo de início de período chuvoso, cabe repetir a pergunta:
A cigarra quando canta está “chamando” chuva? Ela estoura de tanto cantar?
Preparem os ouvidos, as cigarras estão de volta
Outubro é o mês em que se inicia o período de chuvas na região. Junto com o aumento da umidade do ar, vem um som característico produzido por um tipo de inseto que todos conhecem. É a cigarra.
O Campus da UEG de Iporá conta com um dos principais pesquisadores que se dedicam ao estudo das cigarras que ocorrem no Brasil, o Prof. Pós-Doutor Douglas Henrique Bottura Maccagnan. Assumindo uma cadeira como docente efetivo no Curso de Ciências Biológicas desde 2010, o professor já realizou diversas pesquisas na região, sendo algumas com resultados que tiveram repercussão internacional.
A característica mais marcante das cigarras é o som que elas emitem. O Prof. Douglas esclarece que apenas o macho é que faz esse som. Ele é gerado por órgão localizado na lateral do abdome da cigarra e que pode facilmente ser visto ao abrir a asa do inseto. O som é emitido principalmente com fins reprodutivos. O macho de cigarra, quando canta, está querendo atrair fêmeas para o acasalamento.
Cada espécie de cigarra faz um som diferente que pode soar desde um simples chiado até um som mais complexo e com aparência metalizada, como a sirene de uma ambulância. Aprendendo reconhecer o som de cada espécie é possível determinar quais tipos de cigarras ocorre em uma mata sem precisar coletá-las ou vê-las.
O Prof. Douglas ainda esclarece alguns mitos populares sobre as cigarras. Um deles diz que quando as cigarras cantam é sinal de que vai chover. Para o professor isso não é real. Acontece que muitas espécies de cigarras, assim como a maioria dos insetos, ocorrem justamente no período chuvoso do ano, quando a probabilidade de ocorrer chuva em determinado dia é grande. Dessa forma temos a impressão que a cigarra cantou porque iria chover. Mas ela também canta em dias que não cai um pingo de chuva.
Outro mito que muita gente acredita é o de que as cigarras estouram de tanto cantar. Essa falsa ideia é devido às pessoas encontrarem cascas de cigarras presas nas árvores. Essa casca na verdade é o esqueleto externo das larvas das cigarras. Essas larvas vivem enterradas se alimentando na raiz da planta. Quando chega essa época do ano, elas saem do subsolo e se prendem no tronco da árvore para passar pelo processo de metamorfose e então se tornar a cigarra adulta e com asas que conhecemos. A cigarra sai de dentro dessa casca por uma abertura no seu dorso, deixando a impressão que ela estourou.
Outras curiosidades sobre as cigarras:
– No mundo existem pouco mais de três mil espécies. Para o Brasil estão registradas cerca de 160 espécies. Para a região de Iporá já foram coletadas quase trinta espécies diferentes de cigarras.
– Durante sua fase larval, a cigarra pode permanecer por muitos anos embaixo da terra. Para se tornar adulta, vem à superfície, ganha asas, mas só vive algumas semanas.
– As cigarras são importantes para o meio ambiente, pois elas servem de alimento para muitas espécies de aves e mamíferos. Estudos indicam que algumas aves se reproduzem melhor quando há muita cigarra para ela comer.
Quer saber mais sobre as cigarras? Acesse o site do Laboratório de Entomologia da UEG de Iporá e tenha acesso a fotos e som de algumas espécies de cigarras que ocorrem na nossa região.
http://www.labentomologiaipora.ueg.br/conteudo/15685_colecao__fotos_e_sons
Douglas H. B. Maccagnan em visita ao laboratório do Dr. Allen F. Sanborn (Barry University, Miami)
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