No mesmo dia, ontem, 3, em que o jornal o Popular incluiu Iporá em uma lista de cidades com risco de desabastecimento de água, um grupo de pessoas acompanhou a Saneago em medição da vazão na barragem de onde é feita a captação para abastecimento.
A visita constatou aquilo que um estudo da Saneago, feito a pedido do Ministério Público, mostrou e que foi divulgado no jornal O Popular, nas páginas 12 e 13 da edição desta terça-feira, 3. São 67 cidades em Goiás com risco de desabastecimento de água tratada e Iporá aparece na lista, com a ênfase de que essa falta seria em partes altas da cidade. Na estiagem do ano passado isso já aconteceu por poucos dias, na ocasião mais crítica que antecedeu as primeiras chuvas.
Na medição feita nesta terça-feira (observação da régua métrica já instalada no local), constatou-se que a vazão total agora é de 381,40 litros por segundo. No mês passado, dia 5, essa vazão era de 608,64 litros por segundo. Portanto, o decréscimo foi de quase a metade: a vazão atual é de aproximadamente 62% da água que vertia na barragem há 30 dias atrás. Essa involução vem ocorrendo em quase a metade, mensalmente.
Relatório da Saneago sobre as últimas medições:
Acompanhou a Saneago, representada por seu Chefe Regional, João José Gomes Dias, em mais uma medição, a reportagem do Oeste Goiano; Saulo Henrique, diretor da UEG de Iporá; Marcelo Rodrigues Siqueira, presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, e o vereador Adriano Coutinho (Didi), representando a Câmara Municipal de Iporá. Pelo Executivo, na ausência do secretário de meio ambiente, Alexandre Teixeira Lopes, que estava em Goiânia cuidando de assuntos ambientais no Ibama, estavam na ação de medição da vazão: Gisele Carneiro de Oliveira Arantes, engenheira agrônoma e da equipe da Secretaria de Meio Ambiente, juntamente com Guilherme Bueno e Otávio Feliciano (profissionais da área ambiental).
Gisele Carneiro prestou contas aos presentes de que a secretaria da qual faz parte está cumprindo o cronograma de ações traçado pelo secretário Alexandre Teixeira Lopes e que prevê, agora, para os próximos meses, orientações aos ribeirinhos e a população sobre a questão hídrica, seguida de fiscalização. Segundo ela, ainda sem a lei de taxas ambientais, a documentação de meio ambiente do município, quando exigida em razão de questões de vigilândia sanitária, está sendo emitida sem ônus para quem a solicita.
O vereador Didi Coutinho disse para a reportagem do Oeste Goiano que irá fazer uma conversa com a mesa diretora da Câmara para que a mesma acompanhe mais de perto esta ação coletiva para prevenir contra a possível crise hídrica dos próximos meses.
Saulo Henrique, diretor da UEG, enfatizou que há uma necessidade de fiscalização muncipal para os abusos com relação ao uso da água tratada na cidade de Iporá. Gisele Carneiro anuncia o telefone e whatsapp 64 9 8438-8682 para denúncias, a fim de que a fiscalização municipal possa agir.
Daqui 30 dias haverá nova medição da vazão. Com quem a reportagem do Oeste Goiano tem conversado, ouve-se frequentemente que é preciso de ações mais eficazes dentro da área da bacia do Córrego Santo Antônio, a exemplo de construção de bacias de captação, para que se possa, a médio ou longo prazo, corrigir os danos ambientais causados por anos naquela localidade.