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Edno e não Edmo. Corrigido erro em figura histórica de Iporá

Edno: Chegou em Iporá em 1952 e partiu em 1964

A escola pública estadual do Bairro São Francisco leva o nome de um homem que foi importante para Iporá. Mas por algum descuido, nos últimos anos, esse nome estava sendo expresso de forma errada. É Édno e não Edmo o nome do ex-farmacêutico e ex-vereador em Iporá. 

A Escola do Bairro São Francisco vai se tornar colégio, e em razão disso, precisou preparar uma biografia do homenageado com o nome da escola. O Oeste Goiano foi encarregado de fazer a pesquisa sobre a vida deste. E não foi fácil. Ele não tem mais descendentes em Iporá. Synara Gomes, Vilmar Lima e outros ajudaram a reportagem a localizar descendentes, com base nos laços que deixaram na cidade. Por fim, foi localizada a filha de Edno, senhora Suely Teixeira, que tem residência em Goiânia e em Araguaiana. 

Foi no contato com a filha que se soube do erro no nome desta figura histórica. A biografia interessante deste agente político, por fim, foi escrita, de forma correta, com base em documentos e no depoimento da filha e até da viúva de Edno, ainda viva. 

Para plena correção do erro histórico, a reportagem do Oeste Goiano sugere também a Câmara Municipal que refaça dizeres no painel de fotos daquele órgão. 

Segue a biografia de Edno Teixeira, benfeitor de Iporá

Edno Teixeira, duas palavras, o nome e apenas um sobrenome, expressão curta para identificar um grande homem que fez parte da História de Iporá e tem seu nome na escola pública do Bairro São Francisco. Por se tratar de um homem culto, o nome à escola é muito apropriado. Edno teve graduação em Farmácia e, ao morrer, em 1971, estava cursando Direito. Isto prova que viu na educação uma forma de transformar vidas. 

Um mal entendido fez valer por um tempo que o nome dele seria Edmo. Mas é Edno. Por uma digitação errada quando da Lei Estadual que deu nome à escola, esse erro foi parar em documentos e na fachada da escola e até em lembranças dele na Câmara Municipal. O estabelecimento de ensino recebeu o seu nome por sugestão de Lourival Fonseca, ativista político em Iporá e então vice-prefeito e que articulou para que o deputado Nelson de Castro fizesse tramitar o projeto de lei nº 7.397, de 19/10/1971, plenamente aprovado e que foi publicado no Diário Oficial do Estado, em 10/11/1971. Tinha a escola a denominação de “Grupo Escolar Edno Teixeira”, mas quando feita a fachada da escola e em outros escritos a letra N se tornou M, de Edmo, erro que está sendo corrigido também na galeria de fotos da Câmara Municipal, onde Edno exerceu mandatos. 

Edno Teixeira nasceu em Araguaiana (MT), em 31 de outubro de 1924, como filho de Eurico Teixeira e Aida Coutinho Teixeira. Sua família tinha no sangue o gosto pela política, essa mesma prática que ele teve legado, mostrando isso em Iporá, anos depois, como vereador, presidente da Câmara Municipal  e até uma disputa pelo cargo de deputado estadual, como nome de Iporá a disposição do eleitorado goiano. O pai de Edno Teixeira, senhor Eurico Teixeira, foi prefeito de Araguaiana e uma tia dele, Antidia Coutinho, foi vereadora em vários mandatos. Por isso, pode-se dizer que Edno tinha a política no sangue!

O jovem Edno Teixeiro deixou Araguaiana para ir estudar em Goiânia, onde se formou em Farmácia, pela Universidade Federal de Goiás (UFG), no ano de 1952. Assim que formado, influenciado por Euclides de Souza, o Euclides Careca, também conhecido como gordo, por mudar para Iporá para empreender no ramo de farmácia e exercer sua profissão. Naquele tempo, ser formado em farmácia em Iporá era algo raro. 

No centro de Iporá, na esquina da Avenida Dr. Neto com a Rua Catalão, lado de baixo desta avenida e defronte o posto de combustíveis, Edno Teixeira foi comerciante no ramo de farmácia, tendo como sócio o senhor José de Souza Santos, irmão de Israel Amorim, líder político no município. Além de atender clientes na Farmácia Central, Edno Teixeira também exerceu o gosto pela educação, se tornando professor na Escola Dom Bosco. 

Na Farmácia Central apareceu como funcionária a senhorita Gercina Gomes Teixeira, filha de Manoel Gomes de Faria e Tarcila Moreira de Faria. Essa era uma família humilde. Manoel era trabalhador braçal que tinha chegado em Iporá, vindo da cidade de Goiás. A balconista de farmácia Gercina tinha trabalhado também como enfermeira prática no Hospital Evangélico. O relacionamento entre Gercina e Edno Teixeira passou de empregada e patrão para namorados, noivos e, enfim, o casamento em 30 de junho de 1957. Dessa feliz união, nasceram quatro filhos: Suely, Aida, Eny Maria e Luiz André. Gercina, a menina simples, depois de casada, voltou aos estudos. Em Iporá, foi a primeira dona de casa a frequentar escola, em meio aos meninos e meninas. Anos mais tarde, já com cinquenta anos, voltou outra vez aos estudos e se formou em Enfermagem, fato que mostra a influência de Edno Texeira em favor de que seus familiares estudassem sempre!

Os negócios de Edno Texeira prosperam. Chegou a ter filiais de farmácias em municípios da região. Contam os descendentes que Edno Teixeira jamais permitiu que alguém saísse de suas farmácias sem o remédio por não ter o dinheiro para pagar, além do hábito de hospedar em sua própria residência, pessoas que estavam doentes e não tinham onde ficar.

Com esse perfil humano o grupo político da UDN, o convidou para disputar eleição de vereador. Foi eleito para a Câmara Municipal e exerceu mandatos entre 1957 e 1966. Foram duas legislaturas de que participou, sendo que no final da segunda, cedeu vaga para suplente. Foi vereador em períodos que eram prefeitos de Iporá Manoel Antônio da Silva e Ariston Gomes da Silva. Além de vereador, foi presidente da Câmara entre os anos de 1961 e 1963.

No ano de 1964, Edno Teixeira e família deixou Iporá, com destino a Goiânia. Homem versátil, de muitas aptidões, tinha outras aspirações. Prestou concurso público para Perito Criminal da Polícia Civil, exercendo essa função até 1968 e posteriormente se tornou Fiscal Arrecadador do Estado. Faleceu em 14 de maio de 1971, aos 46 anos de idade, vítima de infarto do miocárdio quando estava cursando Direito na UFG. Deixou o legado de amor à educação, generosidade para com o próximo e a boa prática política.


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