As eleições municipais de 2016 serão as primeiras após uma reforma na legislação que prevê uma série de mudanças nas regras, tendo como a principal característica a diminuição do período eleitoral de 90 para 45 dias. Além disso, por lei, os candidatos e partidos precisam baratear suas campanhas, ou seja, os custos devem ser reduzidos em 30%.
Isso significa que, pela primeira vez na história, a pré-campanha passou ter mais importância do que a campanha propriamente dita. O político que deseja marcar posição e sair na frente na corrida pelos votos no pleito deste ano precisa urgentemente sair às ruas, gastar a sola do sapato e se apresentar como pré-candidato.
Neste sentido, as novas regras permitem que a pré-campanha seja mais profissional, o pré-candidato deve buscar o estabelecimento de diálogo com a sociedade, conversar com a população e estrelar eventos. A nova legislação permite aos protagonistas políticos uma dinâmica maior de participação em reuniões, eventos, fóruns, palestras, entrevistas em jornais impressos, participação em programas de rádio e publicação de artigos em sites e blogs na internet.
No período de pré-campanha os postulantes à Prefeitura de Iporá podem expor, por exemplo, seus pontos de vista, tecer críticas e apresentar ideias, desde que não peçam votos.
A diminuição do tempo de campanha, em especial dos programas de rádio, diminuirá os custos de produção. Do outro lado, as candidaturas vão precisar de equipes mais experientes e cada vez mais profissionais, isso porque os pequenos espaços de tempo em que os candidatos serão inseridos no rádio precisarão ser mais bem aproveitados. Como é de conhecimento dos pré-candidatos, dos líderes partidários e coordenadores de campanha, profissionais de ponta desta área são escassos no mercado.
As redes sociais e o marketing digital passaram a ter maior relevância neste ano. Apesar da internet ter um aspecto aparentemente barato para o trabalho eleitoral, em 2016 ela demandará mais recursos. Isso porque é preciso levar em consideração que a web permite convergências de mídias, ou seja, publicação de fotos, áudios, vídeos e textos, portanto, trata-se de uma plataforma dinâmica que exigirá um trabalho mais bem elaborado para fins de convencimento do eleitorado.
Deste modo, como se nota, a pré-campanha e as mídias digitais serão a tônica do processo eleitoral de 2016. Apesar de ser uma eleição atípica com regras novas, quanto mais cedo o pré-candidato definir sua posição, deixando claro aos formadores de opinião e ao eleitorado quais são suas bandeiras, será mais fácil para que ele se mostre para a sociedade e seja lembrado.
Em Iporá, município polo e “capital” da Região Oeste de Goiás, o que aparenta é um total marasmo político. Obviamente, há exceções. Mas, em linhas gerais, a impressão que se passa é de que os protagonistas, isto é, os pré-candidatos às eleições majoritárias e proporcionais, ainda não conseguiram perceber que a nova regra eleitoral exige deles maior ação neste período de pré-campanha. Mesmo que eles estejam aguardando o término da pré-campanha e o início da campanha para colocar o “bloco na rua”, creio que 45 dias é um tempo muito curto para consolidar espaço e afiançar votos que garantam a vitória nas urnas.