Estudo a região de influência de Iporá, desde a época de estudante de geologia, na década de 1970, na Universidade de Brasília. Depois, como geólogo, na Metago, e, nos anos 80, diretor do então DNPM e, em decorrência deste bom conhecimento, a partir de 1996, como empreendedor.
Isto me permite um embasado conhecimento sobre a potencialidade desta região, que contém a maior diversidade de rochas, com todo tipo de minério e minerais. Isto permite ter todo tipo de solo e, assim, todo tipo de biota.
Esta é uma riqueza imensurável, pois permite formatar valiosos bens primários, que, bem aproveitado, giram a roda do ativo da sociedade, como empregos, tributos e bem estar, via indústria e comércio.
A maioria das jazidas minerais conhecidas, nesta região, ainda está inexplorada, como o níquel, cobre, ouro, diamante, fosfatos, granitos, brita, argila fina para cerâmica. Com tudo isto, só são explotados o calcário, a vermiculita, a areia e garimpos isolados de diamante.
A maior riqueza do oeste goiano, no entanto, está na água, em qualidade e quantidade, que deve ser bem utilizada, com sustentabilidade, em favor da comunidade. E esta água doce, vindo das chuvas, não pode ser desperdiçada e ser lançada ao mar simplesmente.
Por ser o maior e mais importante afluente da margem direita do Rio Araguaia, o Rio Caiapó tem uma importância extraordinária na recuperação do Rio Araguaia. Tem que ter uma gestão e uma utilização, sem o viés negativista.
Só com os barramentos das PCHs (só usam a força da água para gerar energia), no médio Rio Caiapó, está reduzindo e muito o carreamento de areia para o leito do Rio Araguaia, evitando o célere assoreamento, que vem assustando a todos, com prenúncio da morte deste caudaloso rio.
Ao segurar as areias que descem em suspensão, pelo Caiapó, as barragens formaram expressivos areais com boa atratividade sócio econômica, pois a areia é material imprescindível na construção civil.
Com os 5 lagos sequenciados, em mais de 1800 hectares, as águas quentes e sadias do Caiapó permitiram viabilizar também a piscicultura, em grande e pequena escalas, que pode alimentar todo o centro oeste brasileiro.
Utilizando tecnologia de ponta, como o bioflocos em tanques escavados, na alevinagem, e tanques rede no lago, na engorda, com assistência técnica, os piscicultores, tem agora a cooperação do Campos Iporá do IFG. Já se justifica a instalação de um Frigorífico para peixe e uma fábrica de ração, que se tornam consequentes.
Aliás, já é sabido que, em 1 hectare, é normal produzir, por ano, 120 kg de carne de boi e em 1 hectare de água, produz-se cerca de 300 ton de carne de peixe, por ano. E as principais bacias hidrográficas do oeste goianos são muito propícias, pois são quentes, e abundantes.
Neste quadro geral, pela abundancia de água corrente, grandes lagos e belas cachoeiras, ao lado das escarpas de arenitos, o oeste goiano apresenta beleza cênicas extraordinárias, próprias a todo tipo de turismo, que é a indústria que mais move finanças e dá bons empregos.
E o mais interessante é que temos, para apoiar o adequado aproveitamento, a academia, com excelentes professores e pesquisadores.
Ou seja, temos todos os ingredientes ao desenvolvimento, que jorram em abundancia, como água, energia, minérios, ensino de qualidade, clima e povo trabalhador.
Diante desta imensurável potencialidade, é necessário que a sociedade do oeste goiano tome consciência, aja, e passe a cobrar dos dirigentes e políticos ações eficientes e eficazes, diante da aplicação de uma política abrangente, sem o atravancador viés negativista.