Ontem, domingo, 11, almoçamos em um lugar diferente: na unidade do Desafio Jovem de Iporá. Éramos vários ali, junto com os acolhidos da casa. Éramos os irmãos e cunhadas da loja maçônica Paz e Trabalho.
Esse almoço que foi diferente em local e também em reflexão, mexeu conosco ao ponto de aqui estamos em um relato por escrito sobre o que vivemos no dia! O Venerável Mestre da nossa loja, irmão Maurício Ribeiro, teve uma boa ideia de irmos ali conviver, em parte de um dia. A ideia é de que não basta a caridade fria. É preciso conversar, trocar ideias, enfim, conviver.
Com esse propósito éramos nove casais que fomos ao local. Alguns, até com filhos, ali convivendo, todos juntos! Chegamos cedo com os alimentos para o almoço. Ocupamos a cozinha e em meio aos acolhidos da casa, em clima de alegria, começamos a preparar a refeição. Eram 9 internos. Todos nos receberam bem e nos pareceu que ali é um local pouco visitado, embora localizado ao lado da cidade (saída para Ivolândia), tão perto, mas que recebe poucas visitas.
No local estão aqueles que, por uma infelicidade, susceptível a qualquer um de nós, um dia caíram nas armadilhas do vício, mas que estão se erguendo e, para isso, precisam da convivência com a sociedade, da força dos irmãos. São internos e de lá não podem sair. O que nos cabe é visitá-los, levar uma palavra amiga e de encorajamento. Foi o que fizemos neste domingo!
De manhã até por volta de 14 horas, entre preparo da comida e do refeitório, entre atividades conjuntas, de acolhidos e visitantes, foi tempo suficiente para fraterno diálogo entre todos. Expontaneamente, alguns falaram de suas histórias de vidas. Outros, estiveram mais retraídos, mas movidos pelo mesmo desejo de libertação, de reorientação de rumo para a vida.
O Desafio Jovem de Iporá tem boas pessoas a frente da casa: pastor Luiz Carlos e Elza Pedra e o André, já conhecido de nós desde muito tempo, um lutador. Eles almoçaram conosco, conversamos muito e pudemos saber quase tudo sobre as dificuldades desta entidade. Já são vinte anos de Desafio Jovem em Iporá e a casa sempre lutou com dificuldade, buscando doações. Uma tarefa que seria do poder público é ali feita por religiosos e que nada ganham por aquilo, a não ser a graça divina de servir ao próximo.
O Desafio Jovem tem uma ajuda da Prefeitura de Iporá de mil reais mensais, valor pequeno para alimentação e manutenção de uma casa que, às vezes, chega a ter quase 20 internos. Mas não só o poder público, mas também nós, enquanto sociedade temos que atentar mais à essa causa. O Desafio Jovem é meio esquecido pela sociedade iporaense. Faz um trabalho maravilhoso, com propósito grandioso, apegando-se a religiosidade como forma de resgatar pessoas para um novo rumo em sua vida.
A entidade tem uma área de quase um alqueire, tem uma criação de porcos que serve para ajudar a manter a casa. Fazem um trabalho de reciclagem de papel, o qual também traz algum lucro. Tem algumas plantações. Está em fase de adaptação das estruturas físicas, lutando com dificuldades para atender exigências que foram feitas pela Vigilância Sanitária.
Os casais Maurício/Carla, Wilney/Sideia, Mareni/Alvina, Márcio/Silvanete, José Ribamar/Amujaci, João Germano/Rosilda, Giovani/Patrícia, Geraldo/Cleia e mais o irmão José Humberto e nós, com a esposa Adriana, voltamos daquele lugar cientes de que se trata de um desafio para a sociedade a superação de problemas tais como os dos ali acolhidos. Que a comunidade iporaense passe a dar melhor atenção à essa entidade. A luta é difícil. As dificuldades são muitas. Foi uma satisfação para todos da Loja Paz e Trabalho passar ali uma parte do domingo, almoçar com os acolhidos da casa, conviver com eles e deixar doações. Que este gesto se repita por nós.