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As eleições em Iporá terminaram praticamente como começaram

Entre mortos, feridos e salvos, do ponto de vista eleitoreiro, encerramos mais uma eleição em Iporá, “ou não” caso o episódio “helicóptero”, que ainda se encontra na comarca de Iporá, à luz do Juiz Eleitoral, João Geraldo Machado, não culmine em na posse do segundo colocado (Amarildo Martins). Salvo engano, temos até o dia 19 de dezembro, como data limite para esse fim.

 

O PMDB que já vinha se fragmentando internamente, passa a se combater externamente. Enquanto uma facção, liderada por João Batista, defendia a bandeira do partido e sua candidatura, outra facção se juntava pra defender a candidatura de Amarildo Martins.

 

O líder natural do partido deveria figurar na pessoa do Dr. Mac Mahoen, mas este se absteve, enquanto o partido continuava suas cisões; disparadas desde o falecimento do seu líder maior, o ex-prefeito José Antônio.

 

Dr. Mac esperava, talvez, uma aclamação interna da maioria, o que não houve. Enquanto João Batista, determinado, mantinha sua posição de pré-candidato.

 

Depois de muita queda de braço interna, João Batista se confirma candidato; e Mac, aparentemente, apoia Amarildo Martins. Ou, só de não apoiar um correligionário já é um apoio indireto aos outros.

 

Enquanto isso, nomes importantes e antigos do partido, como Elione, Dr. Estevão e Dr. Saulo, acompanhados por seus grupos e simpatizantes, declaram apoio ao candidato Amarildo Martins.

 

Dr. Saulo, atualmente desfiliado do partido, de certa forma acabou compondo o grupo do PMDB II, ou dos que apoiaram Amarildo Martins. Isso por si só mostra que as afinidades ideológicas permanecem.

 

Os que apoiaram João Batista (PMDB) são os resistentes, enquanto que tivemos os debandados apoiando o PR de Amarildo Martins, formando assim o PMDB I X PMDB II, consecutivamente.

 

A pergunta é: qual dos PMDBs será o próximo PMDB? Esse partido historicamente conhecido pela união dos seus componentes, principalmente em eleições. Ou será que há por lá os que só eram unidos se a união fosse ao seu bel favor?

 

O papel da Igreja Assembléia de Deus foi marcante em mais uma eleição. A primeira tentativa apoiada pelo Pr. Ataú, observando uma vacância para tanto, foi de lançar o vereador Elione, candidato a prefeito pelo PMDB.

 

Fracassada a tentativa, partiram para segunda estratégia. A carta na manga se chamava Thiago Campos (PHS), genro do Pastor Ataú, filho do Deputado Federal João Campos, e que parecia ser uma estratégia forte.

 

Movimentou as maiores especulações quanto à disputa para ocupação de vice, posto que naquele momento a chapa Amarildo vislumbrava ser a vedete do momento.

 

O jovem Thiago, representante da Igreja e do grupo do PMDB II, torna-se vice na chapa (PRB / PDT / PT / PSC / PR / DEM / PHS / PC do B) encabeçada pelo PR de Amarildo Martins. Estava definido o vice da chapa que mais atraiu partidos.

 

Há quem avalie que não deu lá resultado nenhum. Os da Igreja atribuem maioria dos votos de Amarildo ao neófito na política: Thiago Campos.

 

Amarildo Martins (PR), desde cedo pré-candidato a prefeito, com isso, ganhou força. Ganhou musculatura logo no início da campanha, mostrando boa disposição de candidatura e estrutura para campanha. Contudo, era porto seguro para partidos e candidatos a vereadores, principalmente os que perderam a confiança nos compromissos do Candidato Naçoitan Leite (PSDB), firmados nas campanhas de 2012.

 

Promessas não cumpridas, ou não entendidas: não se sabe. Garantidor (quem promete) garantido (depositário da promessa). Fato é que a maioria dos partidos afiançados por Naçoitan Leite, nas eleições de 2012, se juntaram ao PR de Amarildo Martins. Este já havia aberto escritório político e recebia lideranças e partidos. Por muitos momentos se teve a impressão de que poderia deslanchar.

 

Os mais apaixonados, e menos avisados, não percebem que uma coisa é ter o melhor carro antes da prova, outra é a prova em si.

 

Como o previsto, Amarildo saiu na frente com a campanha nas ruas. Apareceu primeiro, principalmente no centro e isso sempre causa a impressão de que se está muito forte!

 

Começou a perder força, ou se preferirem, a não ganhar mais força, quando achou limites para chegar às periferias da cidade.

 

Tem-se a impressão que ele está sempre dentro de uma redoma de vidro. Que está um tanto intocável. Que há uma diferença entre ele e as pessoas. Faltou para sua equipe convencê-lo a ser menos água e óleo e mais água e açúcar, ou seja, se misturar mais e melhor.

Depois do episódio cinematográfico do helicóptero, as coisas ficaram mais difíceis. É público e sabido a novela do desafeto entre os dois candidatos: Naçoitan Leite e Amarildo Martins.

 

Suas campanhas, perdidas, e de poucas propostas, que é o que mais interessa ao povo, ficaram para plano nenhum; nem segundo, nem último plano. Com planos de governo fracos, o plano era destruir um ao outro.

 

Há algo pior que isso? Sim, -alguns mais “viscerais”, apaixonados, trouxeram as causas pessoais dos candidatos para dentro das suas cozinhas e quartos. Colocaram pra fora ofensas carregadas de difamações e ódios, expostos em redes sociais, contra qualquer um e em qualquer lugar.

 

Interessante como algumas pessoas perdem a identidade ao se identificarem com um líder. Eu, particularmente, desejo que elejam para seus íntimos, ao ponto de brigar, lutar e defender até à morte, lideres melhores, como, por exemplo, grandes vultos da história, para citar alguns: Victor Hugo, Mahatma Gandhi, Mandela e Jesus, ou pessoas locais como a si próprio. Esses sentimentos tribais não nos levam a nada.

 

Então, sem fôlego para chegar aos populares, Amarildo estacionou na campanha. Não conseguiu sair de onde chegou, da metade da campanha pra frente ele patinou.

 

Considerado um candidato de poucos votos, João Batista, ganhava velocidade, chegando a aproximar-se de Amarildo. Tendo como lema de campanha slogans como “Mãos Limpas” e “Voto Consciente”, ele ganha simpatizantes entre os empresários, no comércio, e já penetrava a massa.

 

João subiu 15 pontos muito rápido; começou a caminhar por toda periferia, ombro a ombro, pé no chão e no calor humano; isso rendia bastante ao candidato. Com os debates cresceu mais ainda e chegou a incomodar os adversários.

 

Longe do fogo cruzado entre Amarildo e Naçoitan, João Batista ganha simpatizantes, considerando que foi o único candidato que a esposa, pretensa Primeira Dama, Pollianna Alves, atuou plenamente na campanha. Diga-se de passagem, surpreendeu pelo carisma e desenvoltura.

 

Sem os figurões do PMDB, pouco conhecido na cidade, e com um tempo de campanha muito curto, concorrendo com três candidatos, definitivamente, não foi uma campanha fácil para o João Batista.

 

Pelas circunstancias gerais, o desempenho dele foi dos melhores, senão o melhor. Já que o vencedor, Naçoitan Leite, está na vida pública a mais de vinte anos, teve a máquina local ao seu favor e o partido do governador. Nas últimas eleições Naçoitan foi tão forte que elegeu, inusitadamente, dois prefeitos.

 

Com mais de quatro mil votos, coxo de partido, com tudo por fazer num período curto, João Batista pode se dizer que foi um vitorioso.

 

Outro candidato, João Francisco, pode até entender de muita coisa, talvez precise (ele) entender que não entende muito bem de política, muito menos de campanha eleitoral. Com uma equipe completamente amadora, salvo um conhecimento administrativo do vice, Luciano Sampaio e sua capacidade de organização. Mas como um jogador sozinho não ganha uma partida – passou longe para nosso candidato do PROS.

 

Acontece muito do entorno do candidato cegar a sua capacidade de enxergar os arredores e até horizontes mais distantes. Nesse período de campanha todo mundo sabe tudo, domina todas as ciências humanas e de estatísticas. Sufocado pelo excesso, para não dizer sobejo; de cortejos, para não dizer, “puxação de saco”, sua equipe o sufoca com inverdades, e tantas certezas que não sei onde arrumam. Isso serve pra todos.

 

Naçoitan Leite, entre os candidatos, tinha o maior índice de rejeição; numa eleição onde havia mais interesse pessoal em disputa, em detrimento do coletivo, referindo-me ao tapume onde os digladiadores eram representados por Naçoitam e Amarildo, quem leva a melhor (parcialmente, nos dirá os tribunais) é Naçoitan Leite.

 

Popular, bonachão, amigo dos mais humildes. Modelo de cidadão que desfila com carrões e mulheres bonitas, gosta de pecuária e música sertaneja. Isso causa nos admiradores desse estilo, projeção. Inconscientemente, quem sonha levar uma vida assim, o elege como modelo de como se dever ser; junte-se a isso vinte anos de vida pública, já bastam para ser bem votado.

 

Porém, o que mais pesou para sua eleição, dessa vez, foi a Prefeitura. Os semáforos, a sinalização da cidade, pavimentação (aos 48 do segundo tempo –diga-se de passagem- também dá votos) os arranjos nas ilhas, o recapeamento asfáltico e, finalmente, as máquinas em tempo integral nos setores Novo Horizonte, Vila Brasília e Arco Íris, completam as ações eleitoreiras. Enchem, assim, de esperança o povo que devolve tudo em votos.

 

Claro, isso não cura nem vai coroar os últimos três anos ruins do mandato da dupla, mas foi decisivo para a reeleição do prefeito que, aliás, não tinha sido eleito, mas foi prefeito, de fato.

 

Trocadilho à parte nos importa é o daqui pra frente. E vou tratar disso no próximo artigo: “O que esperar da gestão de Naçoitan Leite?”.

 

As eleições terminaram com PMDB se desfazendo, e por se refazer. Com a briga entre Amarildo e Naçiotan ganhando novos episódios e engrossando ainda mais suas rivalidades.

 

Termina também com Naçoitan deixando todos na expectativa quanto às decisões judiciais. Porém, vencendo mais um duelo contra o arquirrival.

 

Conclui-se com João Francisco não sendo entendido ou não entendendo o que acontece.

 

João Batista despontando definitivamente como nova liderança e com potencial para conduzir um novo PMDB; que surgirá das cinzas que sobrarem do que está morrendo, já que os votos nas urnas o credenciam para, pelo menos, buscar isso.

 

Entre mortos, feridos e salvos, as eleições terminaram praticamente como começaram.

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