Todos nós amamos Iporá. É uma cidade tranquila com um povo caloroso, alegre e hospitaleiro. Mas, infelizmente nossa cidade não está bem cuidada como merece. Está suja, calçadas ocupadas por ambulantes, lixo acumulado, praças destruídas, lâmpadas queimadas…
Naturalmente, o poder público tem grande culpa. Muito do pouco que é feito é destruído por inconsequentes. Se cada um cuidasse da porta da sua casa, a sujeira não seria tão evidente. A poluição seria menor se o lixo fosse recolhido e armazenado em locais apropriados em vez de queimado.
Mas, o que vemos é um conjunto de circunstâncias que convergem para uma situação onde todos reclamam e poucos fazem alguma coisa. Se há recursos, não vemos transparência como é o caso da arrecadação dos lotes da festa de maio. Se a crise nacional atinge o município, não vemos alternativas para a economia não esganar os empreendedores. Se não há opções de emprego, vemos proliferar inúmeros pais de família que no desespero ocupam calçadas, praças e ruas para venderem espetinhos, frutas, roupas…
E de quem é a culpa por tudo isso? Certamente, a culpa não é de quem quer trabalhar. É de quem não pensa pelo coletivo. E isso vem de décadas. Um incentivo dado à empresas há 20 anos estaria gerando empregos e impostos hoje. A contenção de gastos desnecessários no passado e um planejamento eficiente teria gerado subsídios para enfrentar os anos de vacas magras.
Se nossa vocação está no comércio, que incentivo é dado ao nosso empresário? Uma cidade bonita e bem cuidada atrai pessoas de outras cidades, que gastam aqui e fortalece nossas empresas. Mas, o que pensa nosso empreendedor que investe, contrata funcionários, paga impostos e vê um ambulante na sua calçada vendendo mais que ele?
Se temos um setor agropecuário forte, que estrutura de escoamento é dado aos produtores? Se as estradas rurais estão ruins e as pontes não são confiáveis, que estímulo terão para plantar mais no município?
E se o poder público deve se concentrar nos benefícios coletivos, que obra importante estamos vendo se erguer em nossa cidade? Alguma nova escola, creche, posto de saúde, praça?
Grande parte da população saiu do tradicional e elegeu um Presidente conservador, que prometeu ser o oposto do que vimos e sentimos nas últimas décadas. No plano municipal, precisamos nos engajar mais, nos envolver mais nos problemas da nossa cidade e já pensar no que queremos para o futuro. Independentemente de quem escolhermos, só esperamos que haja mais planejamento, mais transparência e mais participação de uma sociedade que ama o lugar em que vive.