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Edival Lourenço: boa dose de leitura que nos afeta

Obrigado, Carlos William , seu presente foi ótimo: o último livro de Edival Lourenço, QUEIXUMES, me chegou como pérola. Eu já estava em busca dele. O autor me convidou para o lançamento, mas não pude ir. Li em um só dia. Claro que não vai se resumir nisso. Poesia é degustação! Não é ler e encostar o livro. Ele vai continuar perto de mim, como continua perto de mim, por exemplo, EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO, de Marcel Proust. De vez em quando eu ali volto para degustar aquela magia de linguagem. É prosa, mas soa como poesia, com uma química de comunicação que me afeta.

 

Tive que ir a Goiânia e felizmente tive alguém pra dirigir pra mim. Daí, na ida e parte da volta, eu estava ausente para problemas de rodovia. Concentrei-me em outros QUEIXUMES. Que livro delicioso! Edival é sempre Edival. Eu sou fã desde os tempos da “Estação do Cio”, que voltou, em parte, nesta nova publicação.  Ele juntou sonetos e haicais e tudo em uma mesma unidade, um clima, um suspiro, um transe, uma viagem! O livro nos transporta para o que o autor tem de melhor e com sincronização perfeita: sensibilidade, inteligência e sabedoria. Tudo isto, posto na linguagem com maestria, nos distancia do ambiente, para o mergulho profundo que só um livro como este é capaz, como os de grandes autores!

 

Da sensibilidade – Eu conheço o Edival. E sei que, mesmo que talvez ele não se reconheça assim, mas é um deleuziano. Desses que, como Gilles Deleuze, deixa um pensamento afetar o outro, em um processo de dinâmica da mente, de modo que se torna o ser instável, de mudança em mudança, apurando-se em formas de comunicar e que o faz perfeito, sempre além do “agorinha”. O filósofo francês tem toda uma fenomenologia que eu aprecio muito! Na obra do Edival eu vejo isso: um homem inquieto em apurar sensibilidades.

 

Da inteligência – Feliz de quem tem facilidades em conectar ideias. Assim é o Edival, marcado por esperteza em juntar diferentes situações, para criar uma nova forma de expressar. Daí surge a poesia originalíssima, para dizer uma coisa que todos já disseram, mas de forma nova, na busca da junção do todo, porque somos partes que antes eram desconectas.

 

Da sabedoria – E essa capacidade de juntar tanta coisa só é possível porque esse autor goiano (e de Iporá!) tem muita sabedoria. Edival é homem rodado! Capaz de debater com qualquer um sobre qualquer assunto. Tem sabedoria, que o conhecimento juntado a um jeito de viver! E percebemos nisso no decorrer de sua poesia, quando vemos ele ir juntando as coisas, conectando ideias e dando seu recado em alto nível! Eu adoro.

 

E como Edival tem sensibilidade aflorada, tem a inteligência que o inquieta a juntar saberes, o resultado é o que se vê em livros como esse QUEIXUMES. Vemos um autor que faz o papel de convidar a todos para ser melhor. Que tal a humanidade deixar de ter mente infantil? Percebemos em seus textos, aqui e ali, um deboche para os que insistirem em cultuar fantasias que buscam o que não vai dar em nada. Vemos um Edival filósofo, que acredita que o Bem está acima de qualquer religião e que combate crendices, afim de erigir conceitos  científicos. Ele não fala claramente assim. Mas percebemos isso, subliminarmente, na ironia que aqui e ali eu vejo, em trechos de sonetos e haicais. Vejo um Edival panteísta, clamando pelo todo!

 

Milagre acontece/mas de tanto ver milagre/a vista adormece.

 

Vim da inexistência/estou na baldeação/para a eterna ausência.

 

…E por aí vai… Eu gostei muito. Deixe essa leitura te afetar.

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