Outro dia, me peguei pensando em algumas situações vivenciadas em nossa cidade, mas igualmente em todo o país, situações que vão, desde os problemas estruturais existidos há séculos em nossa sociedade e dos problemas que advieram das nossas relações com o todo na atualidade e o que fazemos para solucionar ou ao menos, amenizar tais ocorrências.
Confesso que, já me deparei voltando em memória ao passado e relembrando que, no meu início, as coisas pareciam mais simples, mais tranquilas e de fácil resolução e aquilo que não houvera ser resolvido, resolvido estava por si só como diria meus avós. Mas me vi nos anos 70 e 80, ainda criança e adolescente, descobrindo o mundo e tudo ao meu redor parecia sem grande importância e o mágico disso era simplesmente viver.
Doce e inocente pensamento de criança, as situações mudam e cheguei aos anos 90 e 2000, as relações existentes, os problemas das fases de adulto chegaram e se colocaram e tive que me acostumar com os novos tempos. Novos momentos seriam vividos e encontraria os percalços que achava, jamais iria passar.
Feito este intróito, penso então agora: Como nós estamos hoje? E sabemos pensar com liquidez, com realismo, com equilíbrio para, ao mesmo tempo agirmos com a sensatez esperada de adultos ou iremos mais um pouco, digladiar, ou mesmo “dar murro em ponta de faca”? Os tempos de agora parecem muito mais sombrios ante as diferenças vistas e assistidas a todo momento em todos os cantos.
Será que, em algum momento, os nossos pensamentos e ações serão revistas por nós mesmos e verificaremos o quão inconsistente nos mostramos ante os desejos de que as coisas sejam do jeito que gostaríamos que fossem? Teremos condições de caminhar de mente aberta na sociedade do hoje, trabalhando do mesmo jeito que nossos antepassados trabalhavam, tendo evidentemente as diferenças mais, sabendo respeitar o outro e suas opiniões?
Tudo isso parece sonho de infância ou mesmo um devaneio, mas a verdade é que, o outro não aceita que uma pessoa pense contrário a ela, o outro questiona os posicionamentos da outra pessoa e como afirmou Leandro Karnal em uma palestra virtual, “…Não sabemos e não aprendemos ainda a lidar com as diferenças e estas nos incomodam muito…”. E, se assim agimos, longe está o dia em que deixaremos o paradoxo das nossas efemérides para construirmos um modelo novo de perspectivas produtivas para mim, para si, para todos.
Quero muito acreditar que, caminharemos um dia rumo à perfeição, ainda estamos, muitos de nós, estacionados à via deste caminhar evolutivo, muitos de nós, gritam, xingam, ameaçam, partem para brigas e até mortes por defesa do que não precisaria ser defendido mas pontuado como elemento de leitura e releitura para melhorarmos as qualidades e ampliá-las ao longo desta caminhada evolucional, queira A Suprema Verdade saibamos um dia, olhar para este presente momento e oferecer condições melhores no futuro, de um mundo mais qualitativo, com pensamentos producentes e com a vontade férrea de que a transformação ocorrida, fez morada nas vidas de cada um de nós.