UMA NOVA BANDEIRA DO OESTE GOIANO: Industrializar seus bens primários
Fiquei lisonjeado e muito agradecido aos vereadores de Arenópolis, quando me outorgaram o honraria de cidadão arenopolino, no último dia 26, numa inesquecível solenidade.
Os vereadores foram imbuídos, segundo suas falas, notadamente a do presidente da Câmara Washington José Vieira, de uma das mais dignas qualidades do ser: o reconhecimento espontâneo.
A comunidade demonstrou que sabe distinguir e está atenta às ações daqueles que exercem papel relevante, tanto na atividade privada como na pública. Esta qualidade que, eu, agora como bom oeste goiano, que sou de direito, passo a engrossar a fila para exigir cada vez, a atenção dos nossos governantes e dos que devem promover o aproveitamento racional das nossas riquezas. É, pois, notório que o empreendedorismo, na infraestrutura básica, feito de forma cidadã, preservando o meio ambiente e potencializando a vocação regional, como fazemos, é fundamental à melhoria da qualidade de vida da sociedade envolvida.
Todo o meu esforço, nesta região, não se concretizaria se não fosse a imediata boa vontade das pessoas que aqui encontrei. São proativas, apoiam e, assim, coletivamente, fazem a coisa acontecer. Pessoas que rapidamente entenderam que eu estava trazendo oportunidade de crescemos junto e que poderiam modificar, para sempre e melhor, o viver dos cidadãos daqui.
Por ser social, a pessoa necessita de atividades interpessoais que propiciem a sua boa sobrevivência. Ás vezes, no comodismo, repete os modelos praticados pelos antepassados, o que vira uma roda viva, sem dar maiores esperanças e perspectivas, principalmente aos jovens. Surpreendeu-me ver esta região, tão rica de recursos primários, estar tão estagnada, desacelerando-se, persistindo em atividades sócio econômicas em círculo, sem estimular melhorias ao crescente bem estar da comunidade.
Transformar o potencial de recursos naturais em riqueza real é o negócio mais consistentemente propulsor do desenvolvimento. Aproveitar bem e de forma sustentável, o excelente potencial da bacia do Rio Caiapó foi e é o grande benefício a esta e a próximas gerações do oeste goiano. Apesar de ignorado, o Rio Caiapó é importantíssima fonte de soluções naturais e equilibradas à sustentabilidade equânime regional. Só que pedia socorro !!
E as pessoas no seu cotidiano não percebiam a sua agonia, ao sofrer acelerado processo de assoreamento, refletido na deterioração da qualidade de suas águas, combinado com a pesca predatória que dizima a sua rica fauna aquática. Ou seja, só perdas em médio prazo. Transformar esta perspectiva negativa em imediata fonte de altos benefícios à comunidade foi, então, o grande desafio.
O primeiro barramento, com a PCH Mosquitão, logo permitiu a imediata regularização abaixo, com melhoria na qualidade da água ao reduzir o carreamento de areia, barro e detritos até o Rio Araguaia, acabando com os ataques aos barrancos e evitando as enchentes catastróficas.
Só um exemplo imediato desta geração, a Prefeitura de Arenópolis teve aumento expressivo em sua receita, na distribuição do bolo do ICMS do Estado. Mais ainda, com a energia das PCHs Santo Antonio, Tamboril, e logo das PCHs Rênic e Jacaré, produz-se um valioso bem primário, que além de suprir toda esta região, é exportado e beneficia outras regiões de Goiás. Chegando, inclusive, à região metropolitana de Goiânia.
Para se ter uma ideia da relevância destes empreendimentos, relembro que foi necessário mais de meio bilhão de reais trazidos, para tornar possível esta realidade. O aproveitamento da abundante energia hidrelétrica, que é fundamental ao moderno conforto das pessoas, e primordial na industrialização de valiosos outros bens primários existentes nesta região.
Temos aqui importantes jazidas de níquel, ouro, diamante, argilas de tecnologia fina, minerais radiativos e granitos. A disponibilidade da energia local poderá fazer com que estes minérios sejam industrializados aqui mesmo, tornando o oeste goiano, num Polo Industrial, como Catalão. Aliás, isto já começa a se vislumbrar em curto prazo.
Com isto, formata-se uma cascata de imensuráveis e crescentes benefícios. Serão mais empregos qualificados e permanentes, mais dinheiro circulando na economia e mais impostos às Prefeituras para melhorar os equipamentos urbanos. Surgem, também, as novas oportunidades, como a lavra da areia depositada no remanso dos lagos formados, ao estancar o carregamento das areias e barros pelas então ligeiras águas do Rio Caiapó e principalmente, a florescente atividade da piscicultura, em larga escala, que pode chegar a industrialização.
Esta é uma nova realidade. Agora, cabe aos nossos líderes políticos que lutem, em bandeira, para destravar os nós burocráticos e trazer os estímulos governamentais, para que se reverta a situação, tornando-se aqui num dos grandes polos industriais de Goiás.