A saga de Jerônimo em busca da redenção de seus pecados e de bênçãos do Divino Pai Eterno é a mesma de milhares de romeiros que, todos os anos, se dirigem à monumental Basílica localizada em Trindade, a Capital da Fé do Planalto Central.
Porém, nesta fantástica odisseia, no caminho percorrido pelo herói (ou anti-heróis, dependendo das perspectivas) havia um pacote, repleto de dinheiro. Uma fortuna que mudaria para sempre a vida de Jerônimo, um trabalhador braçal, pai de família e iporaense.
O “tesouro” encontrado não apenas mexeu com suas finanças, mas em todos os aspectos de sua vida, como a fé, caráter, família, companhias e valores. Jerônimo logo descobriria que mundo não é tão simples como parece. Mais: as pessoas, ao contrário de uma premissa rasa e costumeiramente repetida como mantra, não são classificadas como boas ou más, de acordo com suas contas bancárias.
A obra “O Romeiro” do jornalista e escritor Valdeci Marques, apesar de ficcional, é um retrato fiel do que acontece no dia-a-dia em Goiás, no Brasil e até mesmo no mundo. Portanto, a narrativa é universal. Apesar de retratar personagens, ambientes e universos peculiares aos iporaenses e aos demais habitantes da Região Oeste de Goiás, a história aborda dilemas e dramas que caberia em qualquer espaço e lugar deste mundo.
“O Romeiro” é uma obra com todos os ingredientes para se transformar, quem sabe, numa peça de teatro ou num longa-metragem.
Jerônimo, Lázaro, Jorjão, Teodoro, Cristina, Antero, enfim, os personagens desta rica história não poderiam se restringir apenas ao espaço literário. São almas em busca de corpos e espíritos que possam os materializar em outras dimensões das artes humanas, como no cinema ou teatro.
Esta magnífica obra é uma história repleta de nuances do caráter humano. Arrisco dizer também que é uma síntese das situações e dramas que permeiam a existência humana: fé, enfermidade, amores secretos, materialidade, trabalho, mentira, fidelidade, lealdade, dinheiro, inveja, crime, corrupção, política, dúvida, moral, caridade, perdão, existencialismo e a redenção.