O Gira, circuito cultural que é articulado a partir de Iporá, publicou a Carta Aberta aos Candidatos de Iporá, convidando os candidatos de diferentes partidos e coligações a debaterem com os agentes culturais da cidade o que, na visão do Gira, são os principais problemas da gestão cultural do município. São apresentadas 7 questões para debate na carta que pode ser lida na íntegra neste link: https://www.facebook.com/girafestival/posts/1030032920428954:0
Daya Gomes, uma das produtoras do Gira, costuma dizer que a carta tem como objetivo “convidar as candidatas e candidatos a um debate sobre as demandas e necessidades pertinentes à área da Cultura, de modo que a Carta cobra um olhar, uma expectativa, um posicionamento frente aos planos de atuação dos candidatos. Pode ser que as questões sobre a Cultura não estejam na pauta dos candidatos, é muito provável que não esteja. Mas, se o candidato for esperto, a partir dessa Carta Aberta ele consegue traçar um plano de ação, um plano de trabalho e de governo relacionado à política cultural de uma forma interessante, ampla e que atende o que a comunidade, quem é produtor, quem é fazedor de cultura, seus mantenedores e artistas esperam de uma prefeitura”.
As primeiras questões da Carta fazem provocações com relação à estrutura que o próximo mandato da Prefeitura Municipal de Iporá dedicará à gestão cultural e pede posicionamentos relacionados à implantação do Sistema Municipal de Cultura, uso dos recursos do Fundo Municipal de Cultura e projetos de lei dos futuros vereadores voltados ao aprimoramento da política cultural da cidade. O Gira convida os candidatos a também se posicionarem com relação ao apoio que se pretende dar aos artistas e à elaboração de projetos para captação de recursos para o desenvolvimento de ações culturais no município. E chama a atenção para a necessidade de se pensar atividades artísticas nas escolas, colégios e faculdades de Iporá.
A Carta aponta, ainda, caminhos para se entender melhor quais são os requisitos legais que direcionam a gestão da pasta da Cultura, que apresenta complexidades específicas e desafios enormes no município de Iporá. “Lembrando que, como ouvi de alguns candidatos com os quais tenho tido contato, as propostas deles precisam ser aprimoradas com o olhar dos técnicos e da comunidade em benefício da cidade toda. A carta praticamente explica por onde podemos começar as ações na pasta da Cultura. Que é estudando para entender como se organiza uma estrutura básica para políticas públicas culturais”, comenta ainda a nossa colega Walquíria Wal, também produtora do Gira.
O Gira levanta ainda questões relacionadas à Democracia, solicitando aos candidatos que se posicionem sobre esse debate, para que o eleitor tenha clareza de quais são as posicições, perspectivas ideológicas e alinhamento político de cada candidato. Segundo Eros Trovador, também produtor do Gira, “a campanha eleitoral em Iporá se desenrola como se não tivéssemos uma séria crise política, social, econômica e institucional atingindo o país inteiro. Não se fala sobre o golpe que tirou a legitimidade do voto de milhões de brasileiros na última eleição, os candidatos não deixam claro qual é a sua posição. E não se faz política sozinho. Todos os candidatos falam que possuem articulação política, deputados e senadores dispostos a ajudá-los na busca de recursos para a cidade. Pois então… que apoio é esse? Num campo político mais amplo, de qual lado do debate da política e da democracia nacional o candidato está? Essa discussão nos diz respeito, sim.”.
Por fim, a Carta solicita aos candidatos que também se posicionem com relação ao compromisso deles com políticas afirmativas para mulheres, negros e população LGBT – lésbiscas, gays, bissexuais, transsexuais, travestis e transgêneros, bem como reivindica a defesa dos Direitos Humanos e do Estado Laico.