No rompante do átimo de um instante, no susto de um segundo, sorrateiros, sinistros, espaçosos, manhosos, matreiros, sisudos; cistos da sociedade, eles chegam-chegando de mansinho, pelos caminhos para dominar tudo. Pestilentos, agourentos, grandes demais; ocupam o espaço de uma casa ou algo mais…
No vaivém do vento, assomam e tomam universidades; no fricote de fantasias, falcatruas e fabulações, invadem fábricas e repartições; esses vilões viciantes e vazios vituperam e imperam sua morbidade nas casas, nas cidades, na cabeça e no coração de todas as idades.
Tal e qual hera malsã, como proliferam esses titãs! À medida que se multiplicam, minimizam seu tamanho; no entanto, triplicam sua tamanha sanha de influenciar, dominar, escravizar, tornar tacanhos nossos sonhos! Em sua tirania de dominar, ditar normas e formas de trabalhos e tarefas, de influenciar a todos, desde a mais tenra idade; tripudiam, trapaceiam sobre toda a humanidade!
Pequenos e abjetos objetos de dominação, hoje já cabem na palma da mão! Portadores de pródigos poderes de proliferação, multiplicam-se a mil por segundos, infestam o mundo, intensificam seu poder de destruição.
O povo que os detém não tem o gosto pelas coisas queridas, caras e boas da vida: “O convívio com as pessoas, o prazer de uma pescaria na lagoa, os papos prazerosos após o expediente; o jeito jocoso de jogar conversa fora, as cantorias que varam as horas, embelezam o dia; as caminhadas despreocupadas, a poesia de uma noite enluarada, enfeitando a madrugada; o jeitinho jeitoso da namorada; o amor gostoso da mulher amada; a riqueza de um arrebol, de um pôr-do-sol; o cortejo do alvorecer sertanejo; a beleza feiticeira de um botão de flor, o banho benfazejo na cachoeira, o amor maior de mãe e mulher, a esperança no sorriso de uma criança; o gostoso e proveitoso conluio com um céu todo estrelado, com o aroma, a flor, o fruto do cerrado e com a paz de um coração capaz de amar e de ser amado…”.
Presas aos gluminões, esses vilões da modernidade; as pessoas perdem tudo: sua crença, caráter, capacidade, elos, anelos, anseios e sonhos, tornam-se bisonhos, tristonhos, trastes, coisas à-toa, sem personalidade!
Na proporção que esses satânicos seres proliferam; os humanos perdem a privacidade, o siso e o juízo, o preciso prazer de pensar e de amar, a pureza original, o alto astral de sua essência e eficiência em assumir e agir por si só; amarram-se a esses mefistofélicos monstros em um nó que não desata; em sua vida pacata deixam de ser donos de seu nariz, metamorfoseiam-se em feias e meras máquinas, frias, sem vida, hauridas, vazias; sem passado, sem presente, sem porvir, sem raiz; vivem a violência em vilipêndios que não avaliam o próximo e, por um triz, massacram, matam qualquer infeliz!
Malograda, massacrada, atada a esses seres da sombra e da sagacidade, a humanidade deixa de ser feliz!