Quando se fala em empreender lembramos logo de pessoas cheias de ideias, sonhos e vontade de trabalhar “por conta própria”, como se dizia no passado. E é exatamente isso mesmo, pessoas que se diferenciam das demais, que conseguem transformar a sua realidade de vida, da sua família e de uma cidade inteira.
Em nosso Goiás temos verdadeiras personalidades com histórias incríveis que, através do empreendedorismo, foram capazes de dar uma nova perspectiva a toda sua comunidade. Mas podemos ampliar essa linha de pensamento e chegar ao Programa Cidade Empreendedora.
E o que seria uma cidade empreendedora, como um órgão público poderia ser agente de transformação, como a esfera executiva municipal pode ser empreendedora? Eu falo que isso é possível, e já existem vários exemplos aqui na nossa região. Um dos municípios da Região Oeste do estado que está trabalhando nessa metodologia empreendedora é a cidade de Jussara, com cerca de 20 mil habitantes.
Foi exatamente essa cidade que despertou para avançar em muitas áreas e ser diferente e transformada em todos os sentidos, saindo do comum para um outro nível de impacto social através de ações públicas.
O Programa Cidade Empreendedora acontece no país todo, e cada Regional do Sebrae Goiás pode convidar uma cidade para participar. No início, são 200 horas de ações de capacitação para líderes locais, comunidade e secretários.
Ao meu ver isso é maravilhoso porque o chefe do Executivo local tem a oportunidade verdadeiramente de preparar uma equipe que tenha como objetivo o bem comum de fato. Algo que também é diferencial é a oportunidade de trabalhar o plano de governo municipal e tratar como prioridade o desenvolvimento econômico dos pequenos negócios.
Acredito muito nesse programa pela profissionalização que o município pode oferecer a seus munícipes a partir da aplicação de tudo aquilo que é repassado e das metas que são acordadas para serem cumpridas. Isso leva aos objetivos de promover o desenvolvimento local e gerar emprego e renda, alinhados com as ações de melhoria do ambiente de negócios.
Existe também um desafio enorme que é a escolha dos secretários municipais, e nesse caso não falo de Jussara, mas no país inteiro geralmente são escolhas onde o prefeito governa com pouco apoio, e ele precisa de pessoas de confiança e que nem sempre são tecnicamente adequadas ao cargo. E em certos momentos esses agentes públicos não conseguem fazer análises de índices econômicos, demográficos, projeções ou gestão de riscos das diversas ameaças que existem, como, por exemplo, o total de empregos criados em determinado período e um elevado número de desligamentos em outros. Porém, conseguimos desenvolver ações de apoio para implantar boas práticas.
Ao meu ver não existe programa social melhor que gerar emprego, não existe programa social melhor que dar a oportunidade ao cidadão de gerar sua própria renda. Então o Cidade Empreendedora trabalha todos esses pontos, ele traz essa visão gerencial para o gestor municipal e concilia com o plano de governo através de políticas como educação empreendedora, que prepara o empreendedor do futuro para criar soluções aos desafios do mundo em que vive atualmente de maneira inovadora e escalável, ou fazendo tratativas quanto à desburocratização para tornar mais rápida a abertura de empresas, por exemplo, ou com a implementação da Lei de Liberdade Econômica, que facilita uma série de benefícios, entre outras ações.
Tenho a dizer que o Programa Cidade Empreendedora é uma forte ferramenta de trabalho para os gestores municipais e acredito mesmo que todos deveriam adotar ferramentas da gestão privada para atender a população e fortalecer os resultados econômicos, empresariais e da geração de renda e emprego, assim teremos cidades inovadoras, sustentáveis e um futuro bem melhor.
Flávio Aparecido Rodrigues Vilhalba*
Gerente da Regional Oeste do Sebrae Goiás
