Ser a pessoa que fica por trás das câmeras também é importante. Ficar em silêncio e não se manifestar em absolutamente nada, isso nem significa que estamos à mercê de qualquer coisas, muito pelo contrário, as vezes é só a gratuidade do silêncio e da paz de espírito.
Ser quem não opina pode ser muito vantajoso, porque a bem da verdade, tem muita gente chata espalhada mundo à fora com muito achismo, muitas certezas sobre tudo e sobre todos e, a prática do esconder-se para preservar-se nunca foi tão necessária.
Eu aqui do meu canto, sempre penso que falo demais, entretanto, estou a cada dia mais convencido de que preciso me silenciar mais, ouvir mais, pensar mais, estabelecer o contato do aprendizado e quanto menos eu falar algo melhor para a minha saúde física e mental. Estou e continuarei me exercitando nisso.
Nem é um negócio tão simples de se fazer assim, principalmente para quem sempre opinou, para quem sempre ouviu e quis dizer algo, mas, como havia dito, ficar no meu cantinho, por trás das câmeras e dos holofotes me garantirá muita paz de espírito, de consciência e irá me ajudar a preservar minha sanidade.
Por trás das câmeras a gente ouve, vê os espetáculos (dantescos ou não) aplaude ou entristece-se, mas, continuaremos ali, quietinhos, suaves e seguiremos em paz, por trás das câmeras, ouviremos o que podemos ouvir, compreenderemos o que desejarmos compreender e iremos para as nossas casas ao fim do dia, conscientes de que fizemos o melhor e continuamos a viver em paz e seguros dentro das nossas casas mentias e dos nossos lares de semelhante paz e harmonia.
Sim queridos amigos, é por trás dos holofotes diários, das nossas idas e vindas, dos encantos e desencantos, das verdades e mentiras que ouvimos é que vamos vivendo e será pela paz de consciência e pela redenção dos nossos atos, das nossas falas e dos nossos gestos eu viveremos a ventura de solidificar em nossos corações a harmonia que almejamos para os dias turbulentos ou mesmo pelos dias de sol claro e quente que nutrem nossos corações e nos deixam em paz com todos e tudo.
Renato Castro é historiador, professor, escritor e ativista cultural em Iporá