Desde o ano de 2009 iniciamos o trabalho de conscientização ambiental na nossa cidade e região através da implantação de culturas voltadas para a preservação permanente de áreas que eram não utilizadas para essa finalidade ou nem mesmo para a criação de animais ou como reservas.
Vimos na introdução prática de espécies de arvores que gerariam mesmo que por um período de médio prazo, como a exemplo do Eucalipto o Mogno e a Teka, espécies que seriam suprimidas posteriormente, mas com o seu resultado financeiro iria propiciar a vontade do produtor em reformular novamente a plantação.
No caso especifico da nossa associação optamos pelo plantio da Seringueira que seria um plantio de longo prazo de duração, compreendido do seu plantio até o fim do seu ciclo produtivo de 58 anos. Mas fizemos isso sem nos esquecer da preservação das APP – Áreas de proteção ambiental, mas popularmente conhecidas como beira de córregos e encostas de serras.
Aliado a esse trabalho voltado para a preservação da ARL – Áreas de reservas legais, em Outubro de 2013, em uma reportagem para este jornal, propus a criação do comitê ambiental pela bacia do Santo Antônio, para que os órgãos e instituições competentes tomassem medidas para essa empreitada a revitalização do leito do córrego Santo Antônio de sua nascente até a captação de água pela Saneago – em caráter de urgência e com o intuito do aumento do fluxo de água, afastando assim o fantasma do racionamento de água no período não chuvoso.
A cada ciclo notamos outra preocupação, que é a falta de regularidade no tempo chuvoso que se torna curto e fora do padrão normal, em décadas anteriores tínhamos períodos – que as pessoas chamavam de “invernar” – onde chovia por semanas consecutivas de forma a não só molhar a terra e sim encharcando a mesma contribuindo para o processo de alimentação do lençol freático por completo.
Podemos notar que mais um ciclo de chuva se passou e a cada período que se passa notamos uma nova corrida contra a possível falta de água para abastecer as cidades, com isso, gerando o medo do racionamento. Há tempos atrás podíamos notar isso apenas nas grandes metrópoles, mas com o passar do tempo e o avanço da supressão das vegetações em torno dos córregos e rios e suas nascentes, bem como a falta de medidas protetivas dessas áreas, essa preocupação tem se voltado também para as pequenas cidades e até mesmo no campo, temos tido noticias de fazendas que se não fosse à perfuração de poços artesianos de grande profundidade não teriam água para manutenção das pessoas e muito menos de suas atividades básicas.
A partir da Lei 12.651 de 25 de Maio de 2012 – (Criação do Código Florestal) em seu capitulo II – Seção I, há a obrigatoriedade da manutenção de uma área mínima, determinada de acordo com a extensão de cada córrego ou rio (em média os córregos são de 30 metros e os rios de 100 metros).
Naqueles dias não existia a Secretaria Municipal do Meio Ambiente para coordenar e gerenciar esse trabalho, com a criação da mesma pensávamos que seria feito um trabalho voltado para a recuperação desse manancial tão importante para a captação de água para a cidade.
Mas isso não ocorreu da maneira esperada e não por falta de vontade da nossa parte como representante da Associação do Heveicultores, pois inúmeras vezes nos encontramos com o secretário do meio ambiente, no intuito da concentração das forças e das instituições envolvidas com o meio ambiente para a busca das soluções de curto e médio prazo que viessem a amenizar a situação e o despertamento para a necessidade da preservação consciente sem deixar de lado a produtividade agrícola e pecuária.
É urgente a necessidade de um olhar mais detalhado do poder público municipal com relação a essa situação da preservação, pois a cada temporada de chuva que perdemos, é perdida também a oportunidade da recomposição e reconstituição dessas áreas que tanto afetam o ciclo chuvoso e a harmonia do meio ambiente. E torna-se cada vez mais latente a necessidade da criação de um viveiro ambiental com o intuito da criação da condição de ser oferecido de uma forma barata e pratica ao produtor rural, pra que os mesmo façam parte desse processo, além da criação de incentivo financeiro a compensar essas áreas, a despeito do que acontece em Goiânia com a isenção de impostos sobre área protegidas.
Nas áreas urbanas, com a criação do IPTU – VERDE e nas áreas Rurais o ITR – VERDE, sem criar muitas exigências apenas a da área preservada e a conservação das mesmas contra fogo e a ação permanente de animais nos locais para se evitar o pisoteio e bem como a proliferação das espécies nativas e as gramíneas que iram evitar os assoreamento dos córregos.
Mas para essa medidas se tornarem eficazes é necessário o envolvimento da sociedade como um todo através dos órgãos competentes – instituições e os proprietários, que precisam ser incentivados e orientados e não autuados.
A vantagem da preservação dessas áreas se dá com o aumento da vegetação e das barreiras naturais e consecutivamente haverá a manutenção das minas e das áreas de infiltração da água para o subsolo, elevando o lençol freático o que promoverá também a manutenção dos poços e o retorno dos berçários naturais para os peixes, voltando assim à vida aquática ao seu equilíbrio natural.
Preservar é mais do que uma necessidade ou vantagem – é um dever que todos temos e assim sendo convoco a todos os que amam a preservação, para unirmos as forças em prol desta causa nobre e de grande valor para nos e principalmente para as futuras gerações.