Nestes tempos de valores éticos duvidosos, de vulgaridade e corrupção incorporadas e assimiladas como referência cultural, de discutível prática religiosa (não estou falando de Cristo, mas de alguns dos seus “representantes”), mais do que nunca torna-se importante falar sobre o verdadeiro significado da Noite de Natal, a Festa Máxima da Cristandade.
O Natal foi instituído pelo Papa Telésforo, no século II e teve a data fixada em 25 de dezembro pelo Papa Júlio I, no século IV. Significa o oposto do sectarismo, do fundamentalismo, do fanatismo…Pois o Natal está distante das paixões menores e representa congraçamento e júbilo pela vinda do Senhor.
Nada tem a ver com os apelos comerciais encarnados na estranha figura do Papai Noel, esperto produto da mídia que habita o inconsciente coletivo das crianças maltrapilhas na tão esperada noite… Papai Noel estranho, com suas barbas de algodão, seus gorros ridículos e suas pesadas roupas de inverno (pois dezembro é inverno na Europa e Papai Noel, todos sabemos, é produto europeu… ). Tudo em pleno verão brasileiro…
Preferimos falar do Natal que simboliza a Mensagem Cristã, tão distante da exploração comercial ou da intolerância. Com seu nascimento, o Messias provocou profunda mudança no curso da Humanidade, fruto de sua pregação: mais Perdão e menos Ódio, mais Amor e menos Rancor, mais Respeito às Minorias, às Mulheres, aos Esquecidos, fundando a chamada “Religião do Amor”. Sua lembrança, na Noite de Natal, nos traz reflexão e paz, calma e silêncio para pensar. Convida-nos à prática do bem, discretos e generosos na alegria, sensatos e resignados no sofrimento.
Só então compreenderemos a superficialidade das conquistas materiais e a profundidade dos valores espirituais… A Noite de Natal nos ensina a fraternidade e o companheirismo entre os homens através da mensagem de amor e perdão contida nos Evangelhos. Aproxima-nos do Criador e da essência das coisas no Universo, sempre tão incompreensíveis para nós…
E só assim o homem se investe do chamado “Espírito de Natal”, reflete sobre seus atos e admite suas falhas e erros. Perdoa as falhas alheias. E dentro do mais puro espírito natalino, se questiona; “Se não amas a teu próximo, a quem vês como podes amar a Deus, a quem não vês?” (Evangelho de João, 4:20).