Você já parou para pensar o quanto o uso de redes sociais te causa desperdício de tempo e até pode te levar ao endividamento por conta da comparação inconsciente? Será que realmente percebemos que o uso das redes tem nos prejudicado?!
As vezes não notamos o que ocorre dentro do nosso cérebro. Mas ele possui ativadores cerebrais que são disparados ao serem estimulados. Sim, o nosso cérebro é social.
A neurociência vem nos mostrar que os cérebros fazem disparos elétricos quando vemos outros rostos. O braço na neurociência que estuda esses comportamentos chama-se neurociência social. Mas vamos compreender um pouco mais sobre o que acontece:
1. O cérebro tem um interesse natural pela vida de outros seres humanos. Entendemos então o motivo que a fofoca é tão atrativa, assim como as comparações e críticas. E esses comportamentos já existiam desde as literaturas mais comuns, dentro do cristianismo, judaísmo e assim por diante. Isso faz parte da nossa biologia.
2. Carga cognitiva são os estímulos que ocorrem através do nosso potencial de processamento cerebral. Onde os detalhes e a quantidade de coisas a se prestar atenção, consome mais calorias e aqueles que fazemos de forma automática fazendo com que seja de baixa caloria, ou vulgarmente: leve. E dentro disso, entendemos o quanto essa sobrecarga interfere na forma que compreendemos o cenário real de nossa vida.
Quando ligamos o computador em várias abas, colocamos uma música, deixamos a tv ligada, ao mesmo tempo que tentamos ler e escrever, aumentamos essa carga cognitiva e isso se soma, mesmo que sejam vários pontos isolados de circuitos elétricos ativos.
3. Recompensa: prazer / motivação são os estímulos ativados quando estamos com muita fome e após se alimentar aquela batata frita, o corpo ainda se inclina para continuar a fazer aquilo que estava fazendo. Ainda, quando estamos lendo um livro, vendo um seriado instigante ou quando está em um projeto que te desafia estando na medida de suas competências. Tudo isso tende a ativar os circuitos de recompensa.
Há estudos recentes que apresentaram que o comportamento do indivíduo que tem acesso a estímulos pelo Instagram que notifica a cada mudança, ativa os circuitos que causam dependência assim como drogas e álcool.
Ou seja, acordar e já acessar as redes sociais é um problema já que há algoritmos influenciando nossas vidas para que fiquemos o mais tempo possível nas redes sociais. Possivelmente, perderemos boa parte do tempo ali “dando uma olhadinha…”
A carga cognitiva é muito confundida nos dias de hoje como FOCO. Muitas pessoas acreditam que se abarrotar em multitarefas é dedicar-se e ter foco, só que o que desconsideram é que focar é medido pela quantidade de nãos que conseguem fazer, exatamente se distanciando ao máximo do que te distrai, com isso acrescento não só as redes sociais, mas a música ligada no momento de estudo e demais atividades que estão acontecendo ao mesmo tempo, mesmo que não perceba que há uma distração.
O foco tem capacidade limitada de processar. Isso significa que quanto mais coisas estiverem exigindo do seu cérebro, mais ralos estarão sugando a sua energia e a sua atenção. Com isso, a carga cognitiva que não é infinita é usada gastando energia quando se gasta tempo interessando pela vida de outras pessoas. Esse gasto de energia poderia ser melhor aproveitando vivendo a realidade, saindo do modo automático, largando-nos de sermos robôs.
O perigo da comparação causado pelas redes sociais deve ser destacado, uma vez que aumentam o número de pessoas que estão endividadas por conta de aquisições que fizeram para obterem uma “aprovação social”. Há diversos jovens que ficaram inadimplentes por conta de compras para se tornarem pessoas “influentes” nas redes sociais. Basta dar um google, que terá acesso a inúmeros casos que contraíram dívidas por conta desses impulsos.
Ainda quanto aos resultados, o número de pessoas solitárias cresceu nos últimos anos, assim aumentando também a superficialidade das relações que se dão pela dificuldade em dedicar-se a uma relação que vez ou outra tenha desavenças. Tudo isso por conta da ideia ilusória que só há o lado bom, assim como nas redes de nudez que apresentam apenas o lado perfeito da vida.
Essa aculturação tem feito as pessoas se acostumarem com coisas apenas confortáveis e gostosas. Sendo assim, nas primeiras discussões, ou no primeiro problema acontece os descartes, já que estamos nos acostumando a enxergar apenas coisas aderentes aquilo que acreditamos. Seja para coisas, pessoas e amores. E as redes vem para confirmar essas crenças anteriores.
Relações que não há opiniões diferentes, não há construção de relação duradoura, pois essas a evolução acontece no encontro dos pontos em comuns, embora tenha tantos outros diferentes.
Encontrar pessoas totalmente alinhadas as expectativas é um delírio e por isso há tanta gente frustrada, assim como cada vez mais estamos ansiosos e preocupados com o status.
Sejamos seletivos ao que prestar atenção e minimalista a quantidade de coisas a se dedicar por vez.