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Risco dos que estão no volante, sem dormir, levando 80 toneladas

O aquecimento imobiliário no Brasil nunca registrou na história índices da grandeza atual. A mobilização de capitais e materiais para a construção civil é inédita. É como se as comportas de uma grande represa tivessem sido abertas repentinamente. Isto é o resultado da política desenvolvimentista do atual governo que facilitou o acesso à linhas de crédito aos segmentos da sociedade menos favorecidos, incorporando contingentes ávidos por possuir o bem da moradia própria.

 

Se por um lado temos as imagens de novas moradias recebendo seus felizes proprietários, a mídia não mostra o outro lado da moeda, que é o esforço realizado pelas indústrias fornecedoras de materiais e insumos para que essas obras sejam executadas. A colossal movimentação de máquinas e homens que alimentam a indústria da construção civil, prédios, estradas, pontes e viadutos, supõe o deslocamento de grandes volumes de areia, brita, cimento, ferro, argila, que são transportados em cima de pneus. Os percursos a serem salvos por estes equipamentos são necessariamente as mesmas estradas que são percorridas por carros de passeio, com famílias a bordo a procura de lazer, trabalho, estudo.

 

Estas carretas, caçambas, levam a bordo 60, 80, até mais de 100 toneladas. Enfileiradas formam verdadeiros comboios à procura do ponto em que serão processados os materiais que transportam. Estes veículos possuem rastreadores que servem para que os empresários acompanhem o deslocamento das cargas, evitando irregularidades. Os motoristas, bem remunerados, se submetem ao ritmo frenético do esquema para preservar o emprego. Ouvi de um protagonista me confessar que essa submissão chega até o ponto de abrir mão de “descanso”. Pedi me esclarecer melhor. Me relatou numa terça feira, por volta de meia-noite, que chegando no seu ponto de descarga, era impensável fazer uso da cama na boleia. “-Só vou descansar um pouco na quinta feira. E até lá, perguntei. Com rebite me respondeu.

 

Reparei na sua juventude. 23 anos, ele falou. Tenho um filhinho de 8 meses que tem intolerância à lactose. Cada lata do leite que a doutora receitou, me custa R$ 180,00 e dura três dias somente. O que ganho mal dá para pagar todas as minhas contas. Estou nessa e não tem como sair. Meu Deus , exclamei para mim. Quanta responsabilidade nas costas de um menino e a gente que trafega na contramão dele, nem imagina o drama se desenrolando. Bombas ambulantes percorrendo as estradas que em qualquer momento explodem e levam vidas. As próprias e as alheias.

 

Tomei conhecimento deesta circunstância acidentalmente. Meu carro enguiçou numa estrada e pedi carona. Que Deus proteja a todos os motoristas que trafeguem pelas estradas do Brasil, que coloque anjos em volta dos motoristas que pelas circunstâncias tenham que dirigir em situações limites como a relatada acima, e que nenhum acidente venha a acontecer envolvendo estes veículos, principalmente eu e a minha família.

 

Este relato não é uma denuncia. E sim uma reflexão. Não apelo as “autoridades competentes” para tomar as “medidas cabíveis” porque disso o cidadão brasileiro já está cansado. Apelo à Deus porque até agora é a única entidade em quem confio e se Ele não faz é porque é permissão dEle mesmo. Só DEUS para tomar conta da segurança nas estradas. As autoridades só servem para dar desculpas e MAIS N-A-D-A.

 

Amem.

 

Aldo Horacio Bustamante
Apelido: Olhonú

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