Acabo de chegar da Festa Literária Internacional de Paraty, ocorrida entre 26 e 30 de julho. A ocasião foi de amplo debate sobre tudo que diz respeito a literatura. Em debates e palestras enfocou-se desde processos criativos até o uso do livro como meio de entretenimento e de aprendizado.
Foi esse ponto final na trajetória de autor até leitor que mais me chamou a atenção. Educadores e especialistas no ramo fazem a mesma constatação de que no Brasil, de fato, pouco se lê. Os dados do nosso país, comparados a outros, nos deixam em posição ruim.
Diante do quadro, com mercado editorial retraído, grandes livrarias fechando portas, o que fazer? Na opinião dos que se aprofundaram no assunto a solução disso mais uma vez tem a ver com a educação, especialmente, com aquela fundamental, em fase quando se forma bons hábitos nos estudantes.
A leitura, até mesmo dentro das escolas brasileiras, deixa a desejar. Alguém até fez uma piada que biblioteca é lugar de deixar o aluno de castigo, ou seja, um lugar pouco agradável.
É uma pena que o país viva isso e que até mesmo na educação a leitura não seja tão presente dentro das atividades obrigatórias entre alunos.
Muito se falou sobre o exemplo do professor como leitor. Ele, o mestre, aquele que dá exemplo, precisa ser amante da leitura. Tudo começa por aí e, a partir de então, isso pode irradiar para o alunado.
É claro que o professor é um profissional pouco valorizado. Isso precisa mudar, a fim de que possa ser melhor qualificado, inclusive, quanto ao mundo das letras e, inclusive, com condições de aquisição de livros e de prática permanente de leitura. E dos professores de língua portuguesa muito mais é exigido.
O país tem algo que se chama Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL). É uma linha de ação do Governo Federal que, em tese, percebe-se muito boa. Mas tal como em outros segmentos, falta implementação, o que depende de orçamento.
Que em Iporá, em Goiás e no Brasil tenhamos ações em prol da leitura. Volto de Paraty refletindo sobre isso e acreditando que, além de governos em todas as esferas, o papel do professor/leitor é muito importante nisso tudo. Ele, dentro de sala, pode dar um testemunho a respeito do quanto a leitura pode transformar as pessoas.