Texto de Valdeci Marques
Sim. Na mão dos magnatas. São os magnatas que se sobressaem na política. Mas o que é magnata? O dicionário diz o seguinte: magnata é um indivíduo poderoso, muito rico, influente; chefão, maioral. Pois é. Assim tem sido ao longo da História. Quase sempre os magnatas se sobressaem na política. É o poder econômico ditando regras.
E ser um magnata, um rico, não é defeito. Defeito é a pessoa enriquecer de forma desonesta. Se chegar a ser um magnata dessa forma aí, trapaceando outros, é algo negativo. Mas a pessoa que se destaca na vida material como profissional, como gestor de negócios e consegue um patrimônio e então usa esse patrimônio em favor de ajuda ao próximo, isso não é problema. Isso é virtude. São muitos os magnatas de muito valor!
Se um magnata entra na política e joga limpo, isso não é problema. O problema é quando o poder econômico desiquilibra o jogo. Isso não pode. Até porque no ato de disputar uma Prefeitura, no caso da Prefeitura de Iporá, tem um limite de gastos, que no caso não pode ultrapassar pouco mais de cem mil reais.
Mas o que se percebe na política é que pessoas modestas financeiramente não se destacam ao ponto de disputar uma Prefeitura, salvo em raras exceções. É o magnata que desponta mesmo!
Em Iporá, pré-candidatos a prefeitos como Paulo Alves (funcionário público), Leonardo Araújo, o Leo Contador (pequeno empresário) e Danilo Gleic (funcionário do Estado afastado) possuem suas dificuldades. Bem, Danilo Gleic chegou a ser prefeito. Mas aquela foi uma história diferente. Tinha um magnata por trás (Naçoitan Leite). E que continua no cenário político local, até aspirando continuidade.
E atualmente, magnatas como João Batista Alves e Amarildo Martins (ambos grandes produtores rurais) estão vivos no embate, fortalecidos pelas condições financeiras que o destino lhes trouxe.
Essa é a cultura de nosso eleitorado: dar mais atenção aos que possuem mais recursos financeiros. É uma pena. Se os demais não possuem tantos bens materiais, mas possuem outros valores: sabedoria, capacidade de gestão pública, moralidade, honestidade, etc… então mereceriam também atenção e prestígio. Claros que esses valores tais como sabedoria, capacidade de gestão, moralidade, honestidade, etc… estão presentes em muitos magnatas. Mas no caso do político de pouco poder econômico fica difícil para ele deslanchar, salvo em poucas exceções. E assim sendo eles, esses de pouco poder econômico, acabam tendo que afastar de disputa. E, na verdade, teriam que estar na disputa também, não gastando o pouco dinheiro que possuem, mas com as doações de amigos que lhes confiam. O certo mesmo é campanha com gastos compartilhados. E a lei diz isso. A lei proíbe que uma pessoa gaste acima de certo percentual de sua renda. Doação precisa ser pequena, Se a doação for grande aí já não é mais doação. Neste caso de somas altas pode ser investimento, quando o eleitor dá, mas quer de volta, se o seu candidato eleito for. O certo é doar pouco, mas em troca de um ideal: que o candidato eleito faça algo não por aquele eleitor, a fim de recompensá-lo, mas que faça gestão por toda comunidade, de forma que todos ganhem. E, em se tratando de legislação eleitoral, o financiamento público de campanha ajuda um pouco a nivelar as condições de disputa.
Sobre esse assunto, de magnatas e figuras políticas mais humildes, salta uma verdade: de que seria bom que o eleitorado avaliasse o político não pelo que ele possui, mas pela história de vida dele e quanto ao que ele propõe.
Tenho dito. Entre magnatas e candidatos modestos, estamos esperando o deslanchar da campanha em Iporá. De ambos os lados (magnatas e figuras mais humildes) existem pessoas boas.
Valdeci Marques, autor deste texto, é diretor do Oeste Goiano e escritor