Nesta quarta-feira, 11, às 9 da manhã, os treze vereadores de Iporá vão estar reunidos para, entre eles, decidir em eleição, quem será o presidente da Casa no ano de 2020. E quem será? Não há certeza de nada. Nunca há. Nessas ocasiões mistérios e suspense permeiam um ambiente político em decisão a ser tomada entre poucos. Só 13.
O cargo de presidente é cobiçado. Mas chegar lá não é fácil. Depende de muito arranjo político. E às vezes as coisas nem são feitas com ética. Costuma haver mudanças de última hora e traições entre os que se dizem companheiros.
Na Câmara de Iporá, neste momento, o que aparece com o nome mais evidente para o cargo é Samuel Queiroz (Solidariedade), que ficou mais forte depois que Wenio Pirulito (PSD) desistiu da disputa para o apoiar. Samuel ainda não foi presidente da Câmara. É seu primeiro mandato.
O nome de Eurides Laurindo (PDT) chegou a ser colocado. Mas por ser da minoria de oposição está com poucas chances.
A reportagem falou nesta terça-feira com Samuel Queiroz, o mais cotado para o cargo, o qual nos disse que já tem a palavra de sete vereadores em apoio a ele, mas afirmou que está articulando para fechar com todos. Ele não revela quem são exatamente esses sete vereadores. Com certeza são os mais ligados ao grupo do prefeito. A base situacionista costuma contar com o voto do emedebista Adriano Coutinho. E com a ele a reportagem conversou também, obtendo dele a afirmação de que ainda não decidiu sobre seu voto, pois se ausentou da cidade nos últimos dias e não sabe bem como estão se formando as composições de chapas. Afirmou que votará não baseando-se em grupo, mas em alguém que possa conduzir bem a Casa.
E quanto ao grupo de base de sustentação do prefeito percebe-se descontentamento com o nome que mais se consolida: Samuel Queiroz. Não estão unidos em torno de muita satisfação e o atual presidente, Keilo Borges, disse para esta reportagem que no momento quer uma posição de mais neutralidade, frisando que em sua condição de quem está à frente da casa, não manifesta preferência e que seu voto só é decidido no último momento.
Vereadores como Eurides Laurindo (PDT), Paulo Alves (PT), Carmo Freitas (MDB) e Marinho da Mata (DEM) são sempre unidos em momentos como esse e se reúnem nesta véspera de eleição da mesa. Possuem uma proposta de Câmara mais independente, mais fiscalizadora. Uma tomada de posição deles, que são de oposição, em favor de um nome diferente, pode desequilibrar o jogo na base situacionista, despertando interesses diferentes. As coisas podem mudar. Quem já deu a palavra em torno de um projeto, pode tomar outra decisão. Isso é comum.
Um fator a ser considerado é o Poder Executivo, que nessas horas não costuma ficar inerte, sempre manifestando em favor dos seus. É que prefeito gosta de ter o controle do Legislativo. E a Câmara nem sempre se importa em ser mais independente, já que vereadores, em sua maioria, dependem de favores despachados a partir do gabinete do prefeito.
Samuel Queiroz é o nome mais consolidado, mas coisas surpreendentes podem acontecer nestas ocasiões. Se Samuel for eleito, afirmou-se que, a princípio, pensa em manter os mesmos servidores comissionados da casa. Sobre a forma de agir disse que tem um estilo próprio, mas que anuncia isso na hora certa. Se for eleito, iremos entrevistá-lo para saber como conduzirá a casa em ano de eleição municipal, ano tenso! Presidência de Câmara é cargo importante. Na falta de prefeito ou vice, ele avança na hierarquia do poder municipal. Se prefeito e vice ficam impedidos, ele assume a chefia do Poder Executivo. Isso pode acontecer em Iporá. A chapa empossada responde por crime eleitoral em segunda instância.