A cada quatro anos, vemos a mesma história se repetir nas eleições municipais quando é apresentado aos cidadãos de cada município o cenário de eleições. Cada um com suas propostas, segundo a sua consciência e entendimento, nos quais percebemos que o eleitor fica na expectativa por esse período eleitoral para analisar as propostas e na esperança, depois, de que seu candidato cumpra o que prometeu. Mas não é isso que vemos.
Eleição após eleição vemos acontecer o Estelionato Eleitoral, também conhecido como giro político (policy switch), é um conceito da Ciência Política utilizado para descrever os casos de candidatos eleitos com uma plataforma ideológica que, após a eleição, adotam um programa de signo ideológico contrário.
Essa situação é percebida não somente na relação ao modelo de política que é implantada após a eleição. Vemos frequentemente a mudança não somente da ideologia e relacionado ao fator proposta, quando eles se propõem fazer quase como no dito popular, fazer chover em Agosto, e após o serem eleitos não se cumprem nem uma terça parte do prometido em período de campanha eleitoral.
Outra situação que vemos muito é a dita proposta de mudança através da renovação e quando o eleitor se dá conta essa renovação tão sonhada não passa de um presente de grego ou no jargão popular “troca-se seis por meia dúzia”, o que se dá na mesma, isso quando não acontece o pior que é não conseguir nem três, por uma falsa sensação de melhora que acontece momentaneamente nos primeiro meses de governo da dita renovação tão sonhada.
Quando se elege o chefe do Executivo Municipal e o mesmo tem que fazer um loteamento dos cargos a que o mesmo tem autonomia pra indicar e ele pra conseguir uma governabilidade distribui entre os integrantes do Legislativo a sua administração e fica na dependência dessas indicações e na maioria das vezes esses indicados são escolhidos sem nenhum critério técnico e sim de forma aleatória, atendendo apenas o aspecto político da necessidade de colocação de pessoas que serviram de cabos eleitorais.
Por isso é necessário a mudança do comportamento eleitoral, dos eleitores na hora de votar, pois sem uma análise profunda das pessoas que se disponibiliza aos cargos, tanto do Executivo quanto do Legislativo Municipal, a mudança começa a partir de uma escolha não por parentesco, amizade ou porque devo algo a esse escolhido, o eleitor tem em suas mãos a arma mais poderosa para iniciar o fim de Estelionato Eleitoral a que presenciamos eleição após eleição. Quando o eleitor pauta sua escolha meramente na renovação sem nenhum critério, ele abre mão de escolher alguém que tem competência e tem condição de desenvolver uma administração ampla e segura pelos próximos quatro anos, e é ai onde mora o perigo: uma escolha errada poder levar ao fracasso de uma cidade, pois estamos falando especificamente sobre a eleição municipal, fato que ocorrerá esse ano.
É necessário também dos postulantes aos cargos do Executivo e do Legislativo a mudança em sua forma de tratar o período eleitoral, sair das campanhas difamatórias e de ofensas ao adversário e partirem para uma campanha de apresentação de propostas exequíveis e deixando as propostas abstratas sem nenhuma relevância e condição de execução, esse é um dos motivos em que faz o eleitor perder a vontade de participar do período eleitoral, não querendo participar e muito menos ver através dos programas de rádio e televisão ou até mesmo analisar as propostas através da forma impressa, através de comunicados via papel ou sequer nas redes sociais.
Arnon Geraldo Ferreira é presidente da Associação dos Heveicultores de Iporá e Região, presidente da ASSCCONT – GO – Associação da classe Contábil de Goiás, produtor Rural – Heveicultor (Seringueira), empresário e consultor em Agronegócio, graduado em Ciências Contábeis, pós-graduado em Biodiversidade e Sustentabilidade Ambiental.