Senador goiano e que é filho de Iporá, Vanderlan Cardoso, acredita que institutos influenciam os rumos da eleição com a divulgação de pesquisas descoladas da realidade.
Durante pronunciamento no Plenário do Senado Federal, o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) cobrou explicações dos Institutos de Pesquisa para o que ele classificou de “erros grotescos” no primeiro turno das eleições deste ano. Vanderlan apontou inúmeras distorções entre as pesquisas realizadas, inclusive um dia antes da eleição, e o resultado nas urnas. Em alguns casos os resultados divergiram em milhões de votos, em relação às pesquisas de véspera.
Com o objetivo de buscar entender o que está motivando tamanho distanciamento entre pesquisas e realidade, Vanderlan passou a defender a proposta do senador Marcos do Val (Podemos) em instalar uma CPI das Pesquisas. O objetivo é apurar eventuais irregularidades envolvendo essas empresas.
“Assinei e sou a favor da CPI dos Institutos de Pesquisa, pois tornou-se necessário promover uma investigação séria e profunda sobre a atuação dessas empresas. Infelizmente, as eleições de 2022 ficaram marcadas pelos erros grotescos de alguns institutos, entre eles Datafolha e IPEC, que divulgaram números de intenção de votos que foram muito distantes da realidade. Isso é grave, pois as pesquisas induzem o voto do eleitor e influenciam diretamente no resultado das eleições”, disse o senador.
Vanderlan deu o exemplo do seu Estado de Goiás, onde a pesquisa IPEC apontava o candidato ao Senado, Wilder Morais, em 4º lugar, um dia antes da eleição. No dia seguinte o resultado das urnas consagrava Wilder como o vencedor da disputa. “O que aconteceu em Goiás foi um erro grotesco, com uma diferença de mais de 200%”, falou.
O senador também salientou que em diversas ocasiões foi vítima de pesquisa eleitorais enganosas. “Posso dizer que tenho pós graduação em pesquisa eleitoral, porque foram várias as eleições que fui vítima desses erros. A última aconteceu quando fui candidato a prefeito de Goiânia em 2020. Um dia antes da eleição, segundo o Ibope, meu concorrente estava com 59% e eu com 41%, ou seja, 18 pontos de diferença. Porém, o resultado das urnas ficou muito longe disso. A diferença foi de apenas 5 pontos. Ele teve 52% e eu 47%”, explicou.
Entenda o caso
Os institutos de pesquisa se tornaram alvo de questionamentos após o primeiro turno das eleições por causa da diferença entre os resultados das urnas e as projeções para a disputa presidencial feitas nos dias que antecederam o pleito. Contrastes também foram observados nas disputas estaduais.
O senador Marcos do Val apresentou, na segunda-feira (3), um pedido de CPI para “apurar, mediante exame técnico, os sistemas de realização de pesquisas eleitorais de intenção de voto pelas principais empresas e institutos do país, com a finalidade de aferir as causas das expressivas discrepâncias entre as referências prognósticas, principalmente de curtíssimo prazo, e os resultados apurados”. Do Val argumenta que há “expressiva discrepância entre a intenção de voto aferida e os resultados efetivamente apurados, notadamente as de curtíssimo prazo”.
