Dia Internacional da Síndrome de Down – 21 de março já era lembrado em diversos países, mas agora passou a fazer parte do calendário oficial de 193 países membros das Nações Unidas – ONU. A data foi escolhida pela Associação Internacional, Down Syndrome International, em alusão aos três cromossomos no par de número 21 (21/3) que as pessoas com síndrome de Down possuem.
Artigo de Soneide Lourenço da Silva que é graduada em Geografia pela UEG e Auxiliar de Saúde Bucal. Ela é tia do Arthur, garoto de 3 aninhos que tem Síndrome de Down.
Todos os dias nascem milhares de crianças no mundo e uma delas pode nascer com alguma síndrome. Há poucas semanas li uma noticia que na Nova Zelândia uma mãe abandonou o marido e o filho porque a criança nasceu com síndrome de Down.
Não sou mãe, mas como ser humano é bastante angustiante quando tentamos entender o que se passa na cabeça de uma mãe quando toma uma decisão tão extrema como essa (sabemos que isso não acontece só quando a criança nasce com alguma deficiência, crianças ditas “normais” são deixadas nas lixeiras, calçadas, dentro de sacolas e etc.). Será o medo do desconhecido?! O preconceito?!
Tenho quatro sobrinhos e o Arthur nasceu com síndrome de Down. Minha irmã está dentro das estatísticas de que entre os 30 e 39 anos a chance de ter um filho com essa síndrome é 0,1%, sendo que após os 40 anos essa chance sobe para 1%, ou seja, para cada 800 nascimentos 1 nascerá com a síndrome de Down.
Assimilar a noticia que o Arthur era portador da síndrome de Down foi difícil, pois descobrimos somente depois do nascimento. Até então isso não fazia parte da nossa vida e, percebo que, não faz parte da vida de ninguém, até que passam a conviver diretamente, e isso ocorre em qualquer situação, seja uma doença grave ou uma pessoa com algum tipo de deficiência. A partir do momento em que acontece é que damos a devida importância e passamos a querer entender.
Receber a noticia que aquele anjinho indefeso estava carregando um cromossomo a mais na sua genética, a trissomia do cromossomo 21, deixou minha irmã cheia de medos e incertezas. Foram alguns meses para que adaptássemos a nova rotina. Hoje, olhando para o passado, percebemos que o Arthur é um presente em nossas vidas, uma estrelinha que nos enche de alegria, nos faz entender o que é realmente importante: o amor!
Não vamos ser hipócritas e dizer que é fácil, que não temos que enfrentar o preconceito e a insegurança de como será o futuro dele, mas no meio de tudo isso temos a gratificação de conviver com uma criança doce, alegre e amorosa, e basta apenas um sorriso inocente para que possamos esquecer todas as dificuldades já enfrentadas e as que virão.
“Nada mais deficiente que o preconceito, e nada mais eficiente que o amor”.