A morte numa clínica de Goiânia da iporaense Kênia Barros, ocorrida durante complicações de um pós-operatório de redução do estômago, traz reflexão sobre o assunto. Há polêmica sobre esse tipo de procedimento. Nem todos os médicos concordam com a mesma.
A família de Kênia Barros, enlutada com a morte deste ente querido, alerta aos iporaenses sobre os riscos dessa cirurgia. É preciso refletir sobre isso. Fica o apelo da família em torno desse tipo perigoso de cirurgia.
A família usa espaço neste meio de comunicação para agradecer a todos que durante o velório e sepultamento se solidarizam.
O médico iporaense Saulo de Tarso (foto) comenta sobre a cirurgia de redução do estômago. Ele diz que o procedimento não está isenta de riscos. A pedido do Oeste Goiano, ele redigiu o texto que transcrevemos abaixo:
“Tem sido muito comum hoje a realização de intervenções no corpo, muito além daquelas necessárias à sobrevivência. Exemplo claro são as cirurgias estéticas, como lipoaspiração, lipoescultura, implantes de próteses, reduções mamárias, etc, etc, etc. Infelizmente tem sido também comuns e abusivamente realizadas as cirurgias ditas bariátricas as quais, em suas diversas técnicas, prometem (e usualmente conseguem) a tão desejada redução do peso. O grande problema é que essa cirurgia, embora externamente quase não deixe marcas, é em extremo agressiva, provocando modificações intensas e extremas no organismo. Em alguns casos elas são realmente necessárias, imprescindíveis à vida e à saúde, mas na maioria das vezes tem sido usada como uma arma estética. Mesmo quando absolutamente necessária não é um procedimento isento de riscos, pelo contrário. Por ser mutilante (sim, ela mutila o estômago e o intestino) pode trazer consequências que vão muito além das náuseas, dos vômitos, do “dumping”. Pode ser deformante ou mesmo fatal. O risco é não desprezível, e deve ser analisado detalhadamente e comparativamente ao benefício antes de ser assumido. Também é necessário a consciência de que será para sempre e feito com regularidade o acompanhamento médico, sendo perigosos descuidos. Enfim, a cirurgia bariátrica é uma arma muito eficaz no tratamento de algumas patologias como a obesidade mórbida e suas consequências, mas como todo procedimento tem seus riscos, já não pequenos, aumentados quando realizada fora das indicações específicas”.