Enquanto os agentes da Polícia Civil estão em uma demorada greve e a Patrulha Rural da Polícia Militar não está atuando, uma onda de furtos de ordenhadeiras está ocorrendo em fazendas da região. Até ontem à tarde, sexta-feira, 29, eram 12 registros de ocorrências de furtos. A última foi das 16 horas desta sexta-feira em uma fazenda no município de Diorama. Na madrugada do mesmo dia foi feito o furto na Fazenda Limeira, município de Iporá, na propriedade de Aguimar Jesuíno. Outros produtores que tiveram equipamentos para ordenha furtados nos últimos dias foram: Bartolomeu Ferreira, Luiz Camilo, Erivaldo Gouveia, Adenézio Nunes, Cristina, Maurício Cunha, Juvenal Gonçalves, Vivaldo, Davi Melo e até na fazenda do Juiz de Direito, João Geraldo Machado, município de Fazenda Nova.
A Cooperativa dos Produtores de Leite (Cooprol) tomou iniciativa de uma mobilização na tarde desta sexta-feira. A cooperativa presidida por José Carlos Ferreira, através do advogado, produtor rural e seu tesoureiro, Mahumud Sara, reuniu os apavorados produtores de leite, vítimas dos furtos, e contactou algumas autoridades policiais e da área de segurança. Com outras será feita audiência na segunda-feira. Mahmud Sara, da diretoria da Cooprol, lamentou que a onda de furtos se dá em um momento lamentável quando a Polícia Civil está em greve, nem fazendo ocorrências. Na Delegacia de Polícia foi orientado às vítimas que registrem ocorrências só após o término da greve. A PM faz o registro dos furtos. Mas o produtor Aguimar Jesuíno reclama que a Patrulha Rural da PM, outrora criada exatamente para dar segurança ao meio rural, está desativada.
Mahmud Sara lamenta, afirmando que atualmente a violência não é mais só na área urbana. Os fazendeiros estão apavorados, pois deles são furtadas exatamente as caras ferramentas que possuem para trabalhar. Uma ordenhadeira das mais baratas custa 20 mil reais. Mahmud Sara afirma que o que se observa é uma ação organizada de quadrilha, de modus operandis idêntico em todos os casos, por pessoas que conhecem a rotina dos produtores, na qual tem aqueles que vão à ação em campo, seja de noite ou até de dia, e os que receptam os objetos de furtos. Além de ordenhadeiras, no embalo das ações criminosas, já foram furtadas também moto-serras, bombas e outras ferramentas.
Os diretores da Cooprol afirmam que isto vem causando um outro problema. Os trabalhadores das fazendas ficam apavorados com essa criminalidade que chega à zona rural. Se já é difícil manter um trabalhador de fazenda na atividade, agora fica pior. Vaqueiros falam em deixar o trabalho no campo. Se hoje é furto, que significa a ação sem ser visto, daqui a pouco pode ser o roubo, que é a ação com uso de arma, também chamada tecnicamente de assalto.
Nesta segunda-feira, 2, este assunto é pauta entre autoridades policiais. O delegado Ronaldo Pinto Leite vai receber os produtores rurais para tomar conhecimento detalhado dos fatos e ver o que pode ser feito no combate à ação organizada dos furtos de ordenhadeiras em fazendas da região.