Britânia, cidade da região do Oeste Goiano, está em clima se insegurança jurídica com relação ao papel de seus poderes constituídos. Executivo e Legislativo estão em ferrenha animosidade. A maioria dos vereadores concluíram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que decidiu, em 27 de setembro, pelo afastamento do prefeito Carlos Cunha (PSDB). Entre as irregularidades, listaram questões relacionadas a concurso público e a iluminação pública da cidade. Com a cassação do titular do cargo, a Câmara deu posse ao vice-prefeito, Rivadávia Júnior. No entanto, Carlos Cunha não quer deixar a prefeitura para que o vice assuma e expõe os seus motivos.
A alegação do prefeito e seu grupo político é de que a Câmara agiu no arrepio da lei. Haviam medidas judiciais que exigiam a paralização do processo de impeachment do prefeito. E mesmo com a Justiça sinalizando pela interrupção da CPI, os vereadores foram avante com o impeachment, até concluí-lo e decidir pelo afastamento.
Líderes políticos e populares foram para a porta da Prefeitura nesta segunda-feira, 3, para exigir que o prefeito entregue a administração para o vice. Os manifestantes, cerca de 100 pessoas, ficaram na porta da Prefeitura durante toda a segunda-feira. Nesta terça, com dia chuvoso na cidade, os manifestantes deixaram o local. De sua parte, o prefeito Carlos Cunha afirma que só entrega o cargo ao vice-prefeito por ordem judicial.
Carlos Cunha disputou a reeleição e perdeu para Marconi Pimenta, do DEM e com apoio do PMDB e de outros partidos. Carlos Cunha teve só 40,67% dos votos. Marconi Pimenta teve 59,33%. O eleito é do grupo político do vice e dos que querem que Carlos Cunha entregue o cargo.