O ex-prefeito de Bom Jardim, Cleudes Bernardes Baré (PSDB), que soma no currículo já dois mandatos como presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), e também comanda a Associação dos Municípios das Bacias Caiapó, Rio Claro e Araguaia (AMMA), acredita que a região do Oeste goiano precisa ser fortalecida, inclusive politicamente, para que seu desenvolvimento seja alavancado.
Baré, que se consolidou nos últimos anos como uma das lideranças políticas mais importantes de Goiás, justamente na defesa do municipalismo, lembra que cada região tem as suas particularidades, suas potencialidades, e anseios da comunidade por mais qualidade de vida, emprego e oportunidades. “Nós estamos trabalhando para que o Oeste goiano tenha realmente os investimentos e a valorização que nós desejamos para a região”, afirma.
Baré defende uma maior representatividade da região na vida política do Estado. “O Oeste goiano, no seu passado, já teve importantes representantes na Assembleia e há muitos anos que nós não temos, efetivamente, representantes que são oestinos, que são moradores patrícios de lá. Talvez este também seja um entrave que nós precisamos articular com as forças políticas de toda a região e compreendermos que nós precisamos, efetivamente, participar, com maior altivez, das discussões políticas de desenvolvimento do Estado”, afirmou.
Cleudes Baré aponta que há estatísticas preocupantes sobre o Oeste. “Nós percebemos que a região Oeste do estado já foi uma região com maior potencialidade produtiva, econômica. Pelo menos participava com maior percentual no PIB do estado. Há cerca de 12 anos, a nossa região participava com próximo de 10%, hoje a participação está em menos de 6%”, assinala. Para o presidente, tal fato se deve ao desenvolvimento de outras regiões e a estagnação do Oeste goiano, que segue com suas particularidades produtivas inexploradas.
“A região tem potencialidade para o desenvolvimento do agronegócio, tem potencial turístico, via ecoturismo, além de ter um capital social muito forte. O que nós precisamos, de fato, é a organização social deste capital, e principalmente, fortalecer as nossas articulações políticas, as nossas representatividades junto ao governo do Estado, junto ao governo federal”, avalia Cleudes Baré. “Ter maior participação, no sentido de pessoas, em pontos estratégicos de articulação e conversação, a fim de que possamos nos desenvolver, como outras regiões. Ter mais pessoas que possam ser a voz que clama pelo desenvolvimento do Oeste goiano”, ainda disse.
Baré é, reconhecidamente, uma das lideranças que se destaca neste perfil articulador. “Como oestino que sou, tenho a oportunidade de estar presidente de uma entidade de uma entidade forte e representativa, que é a AGM, e temos procurado fazer estas interlocuções junto ao governo, junto a Assembleia Legislativa, junto a Federação da Indústria e do Comércio, e nosso papel agora é divulgar”, disse.
Cleudes Baré assinala que, enquanto presidente da AGM e prefeito, levou as demandas da região e externou a preocupação com o desenvolvimento dela ao governador Marconi Perillo (PSDB) por várias vezes. “Solicitados pelo governador, nós fizemos vários encontros regionais para discutir o que nós tínhamos de fato de potencial para o desenvolvimento, nossas vocações, nossos principais pontos fortes e também nossos gargalos, nossos pontos fracos. Nos reunimos com lideranças políticas, empresariais, representativas, e fizemos um levantamento”, contou
Do diagnóstico, veio tanto a percepção da existência de uma bacia hidrográfica interessantíssima e terras agricultáveis, como também a necessidade de investimentos, por exemplo, em qualificação profissional. “Para isso, nós lutamos juntos a entidades, ao próprio governo, através da UEG, ao governo federal, através dos Institutos Federais Goianos, que foram implantados, na maior ramificação das universidades, para levar cursos de qualificação. Tive também a oportunidade de articular Centros de Educação Profissional para a região, em Caiapônia, Piranhas, Bom Jardim, Iporá, Jussara, que possibilitaram qualificação”.
Detectou-se também a necessidade de uma política agressiva de incentivo fiscal. “Daí, aos moldes do que foi realizado para a região Nordeste do Estado, nós conseguimos também emplacar uma lei de incentivo fiscal. Articulamos junto a Assembleia Legislativa e ela foi aprovada”, assinala. “A nossa região que está mais distante da capital, já no extremo oeste do Estado, na divisa do Mato Grosso, tem isenção de até 98% de ICMS. Essa lei foi aprovada, foi sancionada pelo governador Marconi Perillo, e está em vigência. E já trouxe bons resultados, como, por exemplo, o advento da Hering para a cidade de São Luís de Montes Belos. Isso já trouxe também muitos benefícios a todos os municípios adjacentes, que foram justamente as facções que tiveram que ser implantadas, gerou emprego na área, o que já melhora o perfil econômico das nossas comunidades”, disse, ainda.
Apesar do avanço em muitos dos gargalos do Oeste goiano, Baré lembra que ainda é preciso atenção com a matriz energética. “Temos que melhorar a nossa rede de distribuição de energia. O próprio governador já anunciou que a nova concessionária de energia que recentemente comprou as ações da Celg vai fazer um aporte de investimento significativo e vai resolver, certamente, este problema, o que, esperamos, será um grande avanço”, disse.
