Esteve na cidade de Iporá nos últimos dias a senhora Marta Ivone, que é superintendente de Promoção de Igualdade Racial em Goiás, órgão ligado ao Governo de Goiás. Ela faz um trabalho em todo Estado em prol de resgate da resistência, da luta da população negra e da igualdade racial. Em Goiás já foram identificadas 51 comunidades negras. Marta Ivone veio acompanhada de antropólogo e equipe.
Em Iporá reuniu-se com negros, com a meta de implementação da Lei da Reparação Racial, que prevê a estes alguns direitos. A lei é nacional. Em Iporá está em andamento a formação do Quilombola Pilões.
Segundo ela, há uma necessidade de aprofundar os debates e reflexões, tendo em vista sempre a elaboração de proposta de fortalecimento das políticas públicas para a preservação da população e cultura negras.
Em Iporá, Sebastiana Roberta Martins foi uma que recepcionou Marta Ivone, inclusive, encaminhando-a aos meios de comunicação. Foi feita uma reunião na comunidade católica da Vila Brasilia.
A superintendente de Promoção de Igualdade Racial em Goiás falou com o Oeste Goiano, quando disse que em outras regiões do Estado já foram documentadas comunidades quilombolas, reconhecidas e que desfrutam de benefícios da Lei da Reparação e é isso que passa a acontecer em Iporá, onde estão sendo catalogadas pessoas, descendentes de negros escravizados e que merecem por parte do poder público, como previsto em lei, reparações em razão da discriminação histórica sofrida.
Segundo ela, comprovadamente Iporá tem pessoas com essa origem. Isso foi catalogado e vai passar por um parecer de antropólogos para se certificar que Iporá tem comunidade de origem do tempo da escravatura.
Ela explica que quando Iporá tiver a certificação dessa comunidade, advirão direitos como o do estudante negro que vai poder passar a ser um cotista em faculdades (com vaga e recursos para custear estudos) e no âmbito da Prefeitura há políticas públicas possíveis. Marta Ivone afirma que conversou com o prefeito Naçoitan Leite e ele está sensível a respeito desse trabalho em andamento.
O que aguarda-se agora é o estudo do levantamento feito para se saber se Iporá entra neste circuito de cidades com comunidade quilombola.
Fotos de Flor Fotografias