A frieza do governador Ronaldo Caiado (DEM) para com o prefeito Naçoitan Leite (PSDB), quando da visita a Iporá na quinta-feira, 24, deixou evidente que o relacionamento entre os dois é de muito distanciamento.
Desde a campanha eleitoral que os dois estão em grande divergência. No ato de busca de votos, farpas eram trocadas de parte a parte por ambos os grupos políticos.
Em 3 de outubro do ano passado, quando da visita do então candidato a governador Ronaldo Caiado, a situação chegou ao ápice de conflito, porque a comitiva que aterrissou em Iporá encontrou o aeroporto fechado. Os que o receberam tiveram que abrir uma cerca para que os candidatos visitantes saíssem do local.
Recentemente, o prefeito fez alguns gestos por pacificação. Liderou um mutirão de tapa-buracos na rodovia GO-060, em contribuição com uma tarefa que seria do Estado.
Com a frieza de Caiado perante o prefeito, na hora do contato em momento de festa de muladeiros, fica claro que há ressentimento por parte do mandatário maior do Estado.
Segundo Naçoitan, quando Caiado chegou na quinta-feira, ele estava no local como prefeito para recepcioná-lo, instante em que, ao cumprimenta-lo, disse que a “a cidade era dele e que ficasse a vontade” e ele não disse nada, mostrando muita frieza. Naçoitan conta ainda que com isso resolveu nem ir ao desfile. Ele lembra que em Iporá, na barraca do Sindicato Rural, dentro do Parque, onde Caiado tem amigos de sua classe produtora, tinha um almoço preparado para ele e nem quis ir ao local, mostrando distanciamento também de seus amigos. O prefeito disse que esperava ouvir do governador um obrigado pela ação de tapa-buracos na rodovia.
Sobre o episódio do aeroporto fechado quando da visita de Caiado como candidato, Naçoitan Leite afirma que isso não tem nada a ver com ele, pois o aeroporto é área pública do Governo do Estado. Assim o prefeito se defende.
As más relações de prefeito e governador colocam em risco os serviços públicos. No Vapt-Vupt de Iporá, por exemplo, onde a Prefeitura oferece servidores, aluguel e contas de energia e água, o prefeito admite risco de não contribuir mais para o funcionamento deste, a persistir um Governo de Goiás que não dá atenção para a cidade e que até já fechou o Ceconj, a escola de oficinas.
De sua parte, a Prefeitura de Iporá também sempre precisou muito do Governo de Goiás, principalmente, para as grandes obras. Mas de um Governo sob Decreto de Calamidade Financeira, pelo menos por enquanto, parece que a cidade não vai receber nada.
Para falar por parte do governador de Goiás, essa reportagem procurou Adeilton Ferreira, presidente do Democratas, mas ele não se manifestou. Quando quiser comentar o assunto, ele ou a assessoria do governador, tem espaço neste veículo de comunicação.